Por Luana Cruz e Luiza Lages
O décimo episódio do podcast infantil Histórias de Ninar para Pequenos Cientistas explica a produção e liberação do GH, hormônio do crescimento, pela hipófise. O episódio faz parte da segunda temporada do podcast, que apresenta histórias sobre a vida de grandes nomes das ciências, conceitos, teorias e acontecimentos científicos.
Leia o conto aqui e escute o podcast:
Beatriz Adriane Rodrigues Gonçalves, médica pediatra, professora no curso de Medicina da Faminas BH e mestranda do programa de pós graduação em saúde da criança e do adolescente da UFMG, foi a consultora científica do episódio. Ela explica que, quando a criança está dormindo, a hipófise, que é uma parte do cérebro, começa a produzir e liberar o hormônio do crescimento.
O GH (Growth Hormone) é produzido diariamente, o tempo todo, desde os primeiros de vida do ser humano. Mas esse trabalho ocorre principalmente ao longo da noite, com pico às 22h, o que significa que boas horas de sono, além de dormir cedo, implicam em maior liberação do hormônio no organismo. “Como ele tem esse pico de produção, não adianta dormir por muitas horas se o sono começar as 2h da manhã”, diz a médica.
Hipófise: a glândula reguladora
A hipófise é uma região do cérebro que tem a função de produzir vários hormônios reguladores. O hormônio estimulador da tireoide, o hormônio estimulador do cortisol e os hormônios estimuladores da diferenciação sexual são alguns exemplos. São hormônios que agem sobre outras glândulas e órgãos do corpo, levando-os a produzir outros hormônios.
Por isso, a hipófise é considerada uma espécie de chefe no Sistema Endócrino. Por exemplo, hormônios da hipófise que seguem para a tireoide estimulam, por sua vez, a produção de hormônios que regulam o metabolismo, o apetite, a função muscular, a pressão sanguínea e o ritmo cardíaco, entre outras coisas.
Localizada no meio do cérebro e com o tamanho de uma ervilha, a hipófise fica ligada ao hipotálamo, campo do cérebro que recebe informações sensoriais e que induz a hipófise a produzir determinados hormônios.
“Alguns dos hormônios têm liberação o dia inteiro. Alguns hormônios são liberados mais de manhã, como o cortisol. E o GH é liberado mais a noite, durante o sono”, explica Beatriz.
O hormônio do crescimento (GH)
O corpo humano produz pelo menos 50 tipos diferentes de hormônios. São mensageiros químicos que levam comandos específicos para células, órgãos e sistemas. Para atingir as células alvo, eles são liberados pela corrente sanguínea. E a mensagem é transmitida por um modelo de chave-fechadura: as células têm receptores específicos para os hormônios. Quando interagem, a célula dá início a determinado processo.
O GH age em todas as células do corpo. “Ele funciona como se fosse regendo uma orquestra, e atua sobre todos os órgãos, sobre os ossos e os músculos, tem uma ação geral, em vários locais. Ele age também sobre a liberação de outros hormônios, controlando o funcionamento de outras glândulas, como a tireoide”, conta Beatriz.
Ela explica que, quando chega nas células, o GH atua no receptor e estimula a síntese de proteínas. É o que resulta no crescimento de todas as células e, com proteínas e materiais suficientes em seu interior, na multiplicação celular. “Para a célula se multiplicar, primeiro ela aumenta o conteúdo dela, como se produzisse mais partes dela mesma, por meio da síntese de proteínas. Depois ela vai se dividindo em células iguais, em cópias”, diz a pesquisadora.
Histórias de Ninar para Pequenos Cientistas
Este texto é um conteúdo de apoio ao sétimo episódio do podcast infantil Histórias de Ninar para Pequenos Cientistas. O objetivo desta postagem é explorar os conceitos científicos, dando suporte a pais, responsáveis e professores. Assim, fica mais fácil ouvir o episódio com a criançada.
Episódios anteriores:
1 – Uma batalha interna, no Mundo de Rafa
3 – Vida de libélula
4 – Um conto sobre o crescimento da população
5 – A incrível história de Grace Hopper
6 – As aventuras do povo de Luzia
7 – Um trabalho para os neurônios
8 – A descoberta da gravidade e outras histórias de Newton
9 – A vida da Terra