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Gustavo Magno dos Reis Ferreira no laboratório. Imagem: Divulgação UFLA

Com um procedimento barato e seguro, uma pesquisa do Departamento de Biologia (DBI) da Universidade Federal de Lavras (UFLA) removeu metais pesados da água com o uso da biomassa das bactérias.

Nocivos à saúde e ao meio ambiente, metais pesados como chumbo e cádmio estão na água aparentemente pura e cristalina que chega às torneiras.

Originados do esgoto industrial, mineradoras e atividades agropecuárias, despejos em mananciais destinados ao consumo humano atravessam estações de tratamento que adotam processos ineficientes de remoção de alguns compostos.

Imagem meramente ilustrativa via Pixabay

Como os metais pesados foram removidos?

A professora Cristina Batista explica que, naturalmente, baixas concentrações de metais podem estar presentes nas águas.

O próprio ambiente elimina as impurezas pelo processo natural de recuperação do corpo d´água, chamado de autodepuração.

“Mas a indústria despeja elementos químicos tóxicos na água que não são eliminados. As empresas realizam tratamentos químico e físico, bastante caros, desses contaminantes. Por isso, testamos biomassa de bactéria para remover esses compostos de forma eficiente e com baixo custo”, explica.

Em laboratório, seis microrganismos foram testados até encontrar a espécie mais eficiente para a remoção dos metais pesados em efluentes líquidos.

Primeiro, os pesquisadores selecionaram bactérias encontradas em amostras de água de uma lavoura do Triângulo Mineiro, com alta concentração de cádmio.

Depois, utilizaram os mesmos microrganismos selecionados para remover poluentes, segundo variações no PH da água e concentrações do metal.

A bactéria Serratia marcescens contribuiu para a retirada de todo o chumbo encontrado na água, 50% de cádmio e 15% de zinco.

O estudo foi realizado em parceria com a universidade portuguesa do Algarve.

Atração físico-química

Gustavo Magno dos Reis Ferreira, pós-doutor em Microbiologia, esclarece que a atração físico-química entre metais pesados e a parede celular das bactérias permitiu a limpeza da água contaminada.

“A afinidade das moléculas das bactérias, de carga positiva, com os elétrons dos metais pesados, faz com que eles se aproximem. Dessa forma, os metais que estão no líquido são absorvidos pela biomassa da bactéria. Com o tratamento, é possível recuperar essa biomassa e eliminar o metal pesado que estava na água”, argumenta.

Embora a água seja tratada, por questão de segurança, ela não é indicada nem para consumo humano nem para irrigação de atividades agrícolas.

“Limpa, a água pode ser utilizada para irrigação de área de reflorestamento, sem contato direto com ser humano ou animais que entrarão na cadeia alimentar”, ressalta.

Riscos dos metais pesados para a saúde

Metais pesados presentes em águas contaminadas podem chegar ao corpo humano a partir do consumo de alimentos e animais contaminados.

Os metais pesados podem ser causa de doenças como o câncer já que, em contato com o organismo, esses metais acabam atraindo elementos essenciais do corpo, como proteínas e enzimas. Eles se unem a elas e impedem que funcionem normalmente.

Conheça mais sobre os metais pesados:

  • Chumbo: metal pesado largamente utilizado em processos de soldagem, na construção civil, na indústria de munições e tintas. É um dos mais perigosos, afetando principalmente os sistemas nervosos central e periférico, medula óssea e rins.
  • Cádmio: metal pesado utilizado principalmente na indústria de baterias e na galvanoplastia. Esse elemento pode atingir órgãos vitais como rins, fígado e pulmões. A intoxicação por cádmio pode provocar danos no sistema ósseo e cânceres.

Acompanhe também o canal de divulgação científica da UFLA no YouTube:

Com informações da Assessoria de Comunicação da UFLA.

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