Com a chegada do outono e a perspectiva de temperaturas mais amenas, a ideia de degustar um bom vinho passa a substituir a escolha pelas cervejas geladas do verão.
Já noticiamos que Minas Gerais não só produz vinho, como seus vinhos são premiados. Mas qual o perfil dos consumidores de vinho do Estado?
Uma pesquisa da Universidade Federal de Lavras (UFLA) buscou identificar as principais características deste público consumidor.
[quote align=’right’]A pesquisa indica que o consumo de vinho é relacionado à sensação de prazer e ao bem-estar social[/quote]
Dentre os resultados, o estudo aponta que os consumidores adquirem o vinho para ocasiões especiais, como uma confraternização, um jantar e, até mesmo, para presentear alguém.
De acordo com os pesquisadores, o estudo mostrou que o vinho tem potencial para satisfazer necessidades psicológicas, como em interações sociais e na liberdade de pensamento, bem como valores que estimulam a busca por novas conquistas pessoais, que motivam novas experiências de consumo.
A pesquisa, ainda em andamento, foi realizada pelo mestrando Álvaro Leonel de Oliveira Castro, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), sob orientação do professor Luiz Henrique de Barros Vilas Boas, do Departamento de Administração e Economia da UFLA.
Vilas Boas coordena uma linha de pesquisa sobre valores pessoais e identidade, e estuda o comportamento do consumo de alimentos.
Mercado em expansão
Dados recentes divulgados pela Wine Intelligence mostram que o mercado de consumidores de vinho saltou de 22 para 30 milhões no Brasil.
Para conhecer o perfil desses consumidores brasileiros, o professor Luiz Henrique investigou os valores pessoais que guiam o comportamento de consumo na hora de escolher um vinho, considerando seus atributos e conseqüências de uso.
De acordo com o docente, a escolha do vinho como objeto de estudo científico se justifica pela ascensão do mercado nacional:
“No Brasil, temos muito conhecimento tecnológico sobre como fazer vinhos. Há, inclusive, vinhos nacionais premiados. Porém, ainda há uma demanda para conhecer o consumidor, já que são poucas as pesquisas sobre o tema”.
Entrevistas para traçar o perfil de público
Foram realizadas entrevistas com consumidores de vinhos de ambos os sexos, das cidades de Lavras, Varginha, Uberlândia e Belo Horizonte.
A maioria dos participantes tinha idade entre 38 a 47 anos, renda acima de dez salários mínimos e participava de clubes do vinho, confrarias, degustações.
Este aspecto é relevante porque indica que o público da pesquisa tem uma vivência mais qualificada do mercado do vinho e dos produtos. São pessoas com hábito de consumo frequente e conhecimento ampliado sobre o tema.
“Esses consumidores foram escolhidos por sua relação com vinhos. São pessoas que possuem adegas com vinhos diferenciados, já fizeram turismo em região de vinícolas, cursos de degustação. Tomam no mínimo uma taça de vinho especial por semana e adquiriram, em média, sete garrafas, recentemente”
Confira o perfil dos consumidores de vinho entrevistados:
- O acesso aos vinhos especiais ocorre por meio de lojas ou sites especializados;
- Em média, investem cerca de R$ 82 por garrafa;
- Preferem o vinho tinto, seguido de brancos e rosés, além dos espumantes;
- Metade dos respondentes acham que as redes sociais são um meio de interação viável para compartilhar avaliações e opiniões sobre vinhos;
- A assinatura de revistas especializadas não é um fator determinante, porém, é um meio de informação observado por consumidores que possuem maior vivência no mundo dos vinhos.
Por que estudar o consumo de vinho?
Para os pesquisadores, a partir dos atributos de interesse identificados no produto, das conseqüências práticas de seu uso e dos fatores psicológicos envolvidos no consumo, é possível afirmar que os consumidores buscam suprir demandas guiados por valores pessoais.
[quote align=’right’]O vinho está muito relacionado a situações de resgate de memórias, celebrações e lembranças de bons momentos da vida.[/quote]
Os resultados podem auxiliar a indústria a direcionar melhor seus produtos a esses públicos.
Produtores e distribuidores podem considerar os dados como um guia para o desenvolvimento de novos produtos.
Além disso, o perfil é importante para traçar estratégias de comunicação e de segmentação de mercado.
Com informações da assessoria de imprensa da UFLA.