No exato momento em que ficamos em casa, devido às malvadezas do coronavírus, os trabalhadores da saúde permanecem nos hospitais, prontos a cuidar das pessoas e a salvar vidas.
Dentre tais profissionais, milhares de médicos infectologistas encontram-se a postos, em todos os cantos do planeta azul, para compreender, investigar e tratar os males provocados pela covid-19.
Ao me lembrar de tais heróis, inúmeras questões me visitaram a cachola! Por que será que tantas e tantas pessoas resolvem se dedicar, com paixão, ao estudo de seres tão minúsculos e complexos – além, é claro, de perigosos –, como vírus e bactérias?
No caso do infectologista Eduardo Siqueira, a primeira decisão – “Quero ser médico!” – nasceu já na escola. “Sempre gostei das disciplinas da área biológica, e ficava intrigado com as coisas e o funcionamento do corpo humano”, conta.
Justamente por isso, a escolha da Medicina, como profissão, foi beeeeem fácil para Edu – como ele é conhecido pelos amigos. Difícil, mesmo, foi optar, já como estudante de graduação, pela Infectologia.
“Afinal, a Medicina é muito, muito ampla! Em certas especialidades, o profissional opera; em outras, não lida com os doentes, mas realiza exames. Existem, ainda, as áreas clínicas”, explica.
Dentre tais possibilidades, Edu acabou por apreciar bastante, durante a faculdade, o atendimento clínico, por haver contato direto com os pacientes, além de fazer diagnósticos e curar enfermidades.
“Achei a Infectologia bem interessante e legal, por tratar de doenças causadas por agentes externos, a exemplo de vírus e bactérias”, destaca.
Atuação
Mas o que será que fazem, no dia a dia, os médicos infectologistas?!
Segundo Edu, hoje, eles estão atuam, principalmente, em estudos sobre o vírus HIV – que provoca a Aids – e na área hospitalar, onde têm zilhares e zilhares de desafios.
“Muitos de nós trabalhamos dentro do hospital, para tratar de infecções mais graves, assim como dos pacientes internados em terapia intensiva, nas enfermarias etc. Outra atividade importante diz respeito ao controle de infecções”, diz.
Sim, sim! Todo hospital conta com um serviço de controle de infecção, geralmente, comandado por médicos… infectologistas!
“Além disso, podemos trabalhar, por exemplo, com Medicina tropical, em lugares onde há malária, febre amarela, esquistossomose, leishmaniose. Tudo depende, portanto, da região”.
Ah! E muitos infectologistas também são responsáveis pelo tratamento da hepatite viral crônica.
Antes e depois do corona
Na entrevista com Eduardo Siqueira, uma pergunta parecia não querer se calar: “Seus hábitos de trabalho mudaram muito com a covid-19?!”
“Antes da pandemia, minha rotina já era bem puxada, pois são poucos os infectologistas. Eu já trabalhava bastante, em todos os horários, e de quase todos os dias da semana. Com o coronavírus, tudo piorou muito, pois estamos sempre disponíveis para atender às demandas do hospital e dos colegas”, esclarece.
Além disso, é preciso atender os doentes e participar de um montão de reuniões!
“O dia a dia ficou realmente mais puxado. De toda forma, a gente espera que tudo retorne ao normal. E que, então, possamos diminuir o estresse”, completa.