Você já participou dos Jogos Escolares promovidos pelo governo de Minas em cidades do interior? Se participou, parabéns! Além de fazer parte de uma competição muito legal, você contribuiu para a economia da cidade onde o evento aconteceu.

Veja só que coisa interessante. Os grandes eventos esportivos, como Olimpíadas e Copas do Mundo geram impacto econômico por onde passam (nem sempre positivos, deve-se destacar!).

Mas este estudo mostrou que os pequenos eventos esportivos também são capazes de gerar lucro, principalmente para serviços como comércio e transporte.  E esses eventos são bem mais baratos e fáceis de serem realizados.

Tipos de eventos esportivos

Os cientistas que estudam turismo e eventos esportivos classificaram esses acontecimentos em quatro tipos:

  1. Megaeventos – duração superior a oito dias
  2. Grandes eventos – eventos internacionais de curta duração, como maratonas
  3. Pequenos eventos – duração limitada e pequena participação de atletas e espectadores
  4. Micro eventos – torneios esportivos menos relevantes

A importância de um evento esportivo, dizem os teóricos, depende de dois fatores: onde ele é localizado e o poder da entidade que o realiza.

Aí acontece um fenômeno interessante. Enquanto pequenos eventos esportivos realizados em pequenas localidades podem apresentar grande impacto local, grandes eventos esportivos podem impactar pouco o local onde se realiza se ele for muito grande.

E tem mais: nem sempre um impacto é positivo. Se pensar bem, do que adianta um evento levar muitas pessoas a uma cidade, mas causar um impacto muito negativo nos moradores? 
Entre esses impactos, estão

  • brigas dentro da comunidade, entre os que apoiam o evento e os que o criticam;
  • o evento pode gerar algum problema e ser negativo para a imagem da cidade;
  • e pode prejudicar o meio ambiente.

Tudo isso tem que ser levado em consideração, quando fazemos um estudo desta natureza. Legal, né?

As vantagens dos eventos menores

Entre as vantagens dos pequenos eventos esportivos, quando comparados aos grandes, está o fato de serem promovidos com menor esforço e investimento. 

Além disso, os atletas, as comissões técnicas e o restante dos turistas tendem a apresentar perfil social e econômico mais similar com o da população local.

Isto permite que sejam mais aprofundadas as relações com a comunidade e a economia local Assim, seu impacto sobre a economia e a população local pode ser bastante significativo e benéfico.

Por fim,  estes pequenos eventos usam equipamentos esportivos bem mais simples e menos sofisticados. Isso não só implica em menor investimento como também maior participação e envolvimento dos próprios moradores da cidade.

O que acontece em Minas Gerais

Dois grandes torneios esportivos anuais são promovidos pela Secretaria de Estado de Esportes de Minas Gerais: os Jogos do Interior de Minas Gerais (JIMI) e os Jogos Escolares de Minas Gerais (Jemg).

Os Jemg reúnem estudantes de todo o estado entre 12 e 17 anos – são dois módulos distintos, Módulo I com estudantes entre 12 e 14 anos e Módulo II, com estudantes entre 15 e 17 anos.

São promovidos em quatro etapas distintas (municipal, microrregional,regional e estadual) e são responsáveis pela classificação dos melhores atletas para representar o estado nos Jogos Escolares da Juventude e nas Paralimpíadas Escolares, eventos realizados em nível nacional.

Em 2018, os jogos contaram com a  participação de mais de 35 mil estudantes mineiros. Em 2018, foi estabelecido o novo recorde de municípios inscritos, com inscrição de 835 cidades. A nova marca ultrapassou o recorde anterior de 830 inscritos em 2017.

Evolução dos municípios inscritos para os jogos

Ao longo de suas edições, os jogos foram responsáveis por revelar atletas que já se destacam nos cenários esportivos nacional e internacional e que colecionam passagens pelas seleções brasileiras de diversas categorias e modalidades.

São exemplos a saltadora Núbia Soares, que esteve nos Jogos Olímpicos Rio 2016, a goleira Camila Menezes, que tem passagem pela seleção feminina de futebol, o armador Raulzinho, do basquete, que esteve nos Jogos Londres 2012, Rio 2016 e disputa a NBA, entre tantos outros.

Impactos econômicos locais

Um grupo de pesquisadores de Minas Gerais (Claudio Buriam, Felipe Lacerda, Rútila Maria e Eduardo Teixeira) conseguiu estimar o impacto econômico dos Jogos Escolares de Minas Gerais (JEMG).

Por meio de vários cálculos econômicos, eles concluíram que entre 2008 e 2011, houve impactos positivos e alguns negativos na economia das cidades que realizadas etapas dos jogos.

Os setores que mais se beneficiam seriam aqueles relacionados ao comércio e transporte de passageiros.

Os mais afetados negativamente são aqueles adiados justamente por causa dos jogos, como o da construção civil.

Interessante, não é? Se você quiser saber mais sobre este estudo ou mostrá-lo para alguém, clique aqui.

Para assistir a uma reportagem sobre o impacto dos jogos em Montes Claros, norte de Minas, clique aqui.