No último domingo, foi comemorado, em todo o mundo, o Dia Mundial das Abelhas, data escolhida pela Organização das Nações Unidas (ONU)  para lembrar a importância da polinização para o desenvolvimento sustentável. A data é de uma homenagem ao nascimento de Anton Janša, esloveno do século XVIII, pioneiro na criação e uso de técnicas modernas de apicultura.

Invenção de Anton Janša no sec. XVIII

Invenção de Anton Janša no sec. XVIII

 

A vida secreta das abelhas

As abelhas estão na Terra há mais de 50 milhões de anos e são muito importantes para o meio ambiente. Mas as abelhas não são todas iguais. 

A bióloga Paula São Thiago, pesquisadora da Fundação Ezequiel Dias (Funed), explica que existem milhares de espécies de abelhas e a maioria delas não formam colméias como muitas vezes acreditamos. Essas são chamadas de “abelhas solitárias”. Outra curiosidade é que nem todas as abelhas possuem ferrão ou se parecem com as tradicionais abelhas que conhecemos. Algumas são bem pequenas, mais parecidas com mosquitos, e outras são tão grandes, que chegam a ser confundidas com besouros.

Paula considera que estes pequenos e incríveis insetos voadores podem nos ensinar muitas coisas com seus exemplos de trabalho intenso e extremamente organizado. Ela explica como funciona o importante processo de polinização, um dos principais mecanismos de manutenção e promoção da biodiversidade de plantas.

A relação entre as abelhas e os seres humanos acontece de diferentes formas, já que, na natureza, tudo está interligado, lembra a bióloga.

Luta contra o desaparecimento

Apesar da importância desses insetos na manutenção e no desenvolvimento das áreas verdes, na renovação das matas e florestas, que contribuem com a geração do oxigênio necessário a toda forma de vida no planeta, as abelhas estão desaparecendo em áreas do mundo todo. Segundo a Fundação Ezequiel Dias (Funed), no Brasil, esse desaparecimento já se manifesta em vários estados, como São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Minas Gerais.

Estudos mostram que as abelhas estão desaparecendo por causa da ação humana sobre o planeta. Doenças, pragas, fungos, ácaros, vírus, mudanças climáticas, contaminação da água, formas de manejo e o uso de defensivos agrícolas, conhecidos como pesticidas, estão entre as possíveis causas da chamada Síndrome do Colapso das Colônias.

De acordo com Lívia Gardoni, também funcionária da Funed, estudos mostram que o uso de defensivos agrícolas (agrotóxicos), particularmente os pesticidas conhecidos como neonicotinoides, são uma das principais hipóteses para o desaparecimento das abelhas.

Em todo o mundo, cientistas empresas, governos e produtores já estão se unindo para salvar as abelhas.

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Onde aprender mais

O Ciência em Movimento é um programa de popularização da ciência da Funed, responsável por levar às cidade de Minas Gerais conhecimento científico e tecnológico. O programa possui  atividades que colocam a população em contato com o mundo das abelhas por meio do conhecimento e exposição de seus produtos como mel, própolis, pólen etc, mostrando a relação com a saúde humana e as graves consequências do seu desaparecimento.

Para solicitar a presença do caminhão em sua cidade, peça a um adulto para entrar em contato pelo site da Funed.

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Caminhão
Outro lugar legal de Belo Horizonte para aprender mais sobre as abelhas é o Museu de História Natural da Universidade Federal de Minas Gerais. Lá existe um hotel de abelhas solitárias e é possível conhecer diferentes espécies.

Hotel de abelhas do Museu de História Natural da UFMG

Hotel para abelhas do Museu de História Natural da UFMG

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Para saber mais:

  • Biodiversidade: “Bio” significa “vida” e diversidade significa “variedade”. Então, biodiversidade ou diversidade biológica compreende a totalidade de variedade de formas de vida que podemos encontrar na Terra (plantas, aves, mamíferos, insetos, microorganismos…).
  • Pesticidas neonicotinoides: classe de inseticidas derivados da nicotina, mesma substância presente nos cigarros.
  • Botânica: estudo científico da vida das plantas e algas.