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Conservação da onça-pintada no Cerrado

Foto: Pixabay/Yanza

A onça-pintada é o terceiro maior felino do mundo e o maior do continente americano. No Brasil, é possível encontrar a onça em quase todos os biomas, mas o Ministério do Meio Ambiente classifica a espécie como vulnerável. Perda e fragmentação de habitat, associadas à expansão agropecuária, mineração, implantação de hidrelétricas e ampliação da malha viária, são as principais ameaças à conservação.

A onça-pintada é uma espécie sensível à perda de habitat: é uma das primeiras a desaparecer. E como é um predador de topo de cadeia alimentar, a extinção da espécie significaria ainda uma grande quebra no equilíbrio ambiental.

Onça-pintada no Cerrado

No cerrado, a onça-pintada é considerada em perigo de extinção. “Isso foi avaliado com base na subpopulação estimada para o bioma. O que significa que, para os próximos cem anos, há perigo da espécie se extinguir se não forem tomadas medidas de conservação. Além de preservar as áreas nativas onde ela ocorre, também é importante conectar essas áreas, diminuir a caça e fazer com que a comunidade de presas seja mantida”, afirma Marina Portugal, pesquisadora do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG.

Com o uso de dados teóricos e de bases cartográficas já existentes em órgãos ambientais, a bióloga traçou um mapa que identifica áreas prioritárias para a conservação da onça-pintada no Cerrado, em tese de doutorado defendida na UFMG. O objetivo do estudo foi observar se são áreas de conservação ou que estão ameaçadas de perder sua vegetação nativa.

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Mapa de conservação

A pesquisadora utilizou 126 registros de pontos de ocorrência da onça-pintada no Cerrado, providos pelo Cenap – Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros. Os pontos fazem parte de um cadastro feito por pesquisadores que identificam os animais em campo. Marina trabalhou com uma modelagem de distribuição potencial cruzando a ocorrência da espécie com características ambientais, como temperatura, vegetação, altitude e proximidade a rios. O resultado foi então associado a dados de vegetação nativa do Cerrado, para identificar áreas que ainda estão conservadas.

Uma porcentagem mínima para conservação, de 15% do bioma, foi comparada a um mapa do Ministério do Meio Ambiente, com áreas que já tem proteção. O resultado mostrou que apenas 1% das áreas prioritárias para a conservação da onça estão em reservas de proteção integral. “O que significa que novas ações devem ser feitas. Principalmente porque grande parte das áreas prioritárias estão localizadas na nova fronteira agrícola, onde há maior tendência para o desmatamento”, explica Marina Portugal. Segundo a bióloga, medidas importantes para a conservação da espécie seriam criar novas reservas, estabelecer zonas de manejo restrito dentro de reservas de uso sustentável e criar corredores ecológicos.

Plano de ação

O Plano de Ação para a Conservação da Onça-Pintada do Cenap prioriza:

1) Redução do impacto da ocupação humana dentro de áreas prioritárias para a conservação da espécie;

2) Redução do impacto ambiental nas áreas prioritárias para a conservação da espécie atingidas por grandes empreendimentos;

3) Fiscalização a fim de coibir a caça por retaliação e esportiva;

4) Programas de educação ambiental com foco em onça-pintada;

5) Estratégias de mitigação de conflitos;

6) Redução do número de espécimes retirados da natureza.

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