Hoje, as informações estão literalmente na palma das mãos. É só abrir o smartphone e entrar numa rede social, para saber o que está acontecendo no mundo e na nossa cidade. Mas esta facilidade esconde também um lado ruim: o dos boatos e notícias pouco confiáveis.
Então, o que fazer para encontrar informações de crediblidade ou conferir se alguma notícia está errada?
O jornalismo é uma profissão que oferece muitas ferramentas para resolver este problema.
Aprender algumas destas técnicas irá ajudá-lo nos trabalhos escolares e também a olhar o mundo com uma desconfiança saudável, perguntando sempre se aquilo que te dizem tem realmente fundamentos científicos ou se não passa de uma notícia sensacionalista para caçar cliques e lucrar com a atenção das pessoas.
Um bom jornalista é aquele que está sempre empenhado em pesquisar a fundo uma informação, ouvindo várias pessoas, conferindo o que elas dizem, procurando os dados que confirmem ou contradigam o que foi falado.
Para verificar uma informação, um repórter procura os especialistas naquele assunto. No jornalismo, esses especialistas são conhecidos como “fontes”. A fonte pode, por exemplo, ser um cientista que descobriu algo novo no laboratório, ou a testemunha de um crime.
Quanto mais estranhas e contraditórias as informações encontradas durante este processo que se chama “apuração”, mais a fundo deve ir o jornalista. Afinal, sua função é oferecer aos leitores várias versões de um mesmo fato, para que eles possam avaliar os diversos pontos de vista e tirar suas próprias conclusões.
Na universidade, os jornalistas aprendem a fazer perguntas, a questionarem e confirmarem as respostas. E essas mesmas ferramentas podem ser útei para você, no seu dia a dia.
A BBC é exemplo de uma empresa jornalísticas preocupada com a qualidade das informações e que assumiu o papel de divulgar para pessoas de todas as idades as técnicas que permitem verificar se o que lêem é verdade ou mentira.
De forma simplificada, vamos te contar aqui três formas de descobrir se uma informação é verdadeira ou falsa.
1) Cheque se a fonte é de confiança
Uma notícia falsa que teve muita repercussão dizia respeito a supostos vídeos transmitidos ao vivo pelo Facebook diretamente do espaço.
As imagens eram reais. Mas não se tratava de uma transmissão ao vivo. Era uma notícia falsa.
Neste caso, devemos procurar o que chamamos de “fontes primárias”, ou seja, as pessoas responsáveis pelo fato. Neste caso, a Nasa ou a Estação Espacial Internacional.
Nem a página oficial do Facebook da Nasa, a agência espacial dos Estados Unidos, nem a Estação Espacial Internacional – que poderiam estar relacionadas com as imagens – mencionaram as tais transmissões.
Outra providência, seria verificar se algum veículo de informação jornalística noticiou ou dementiu o fato, como fez a própria BBC.
2) Soa estranho ou exagerado? Desconfie
Notícias com chamadas muito sensacionalistas ou informações estranhas em geral são inventadas. É preciso desconfiar sempre. Se você encontrar uma dessas notícias e não quiser confirmar se é verdadeira, pelo menos não a passe para a frente, não compartilhe. Assim, você se torna um cidadão mais responsável e não contribui para espalhar fofocas por aí.
3) Verifique outras fontes
Alguns sites na internet se dedicam a desmentir as fofocas que andam por aí. Boatos.org e E-farsas são dois destes sites.
Além disso, empresas dedicadas a comprovar, de maneira independente, notícias e afirmações de políticos e de meios de comunicação. São conhecidos como sites de verificação de dados, ou fact-checking.
No Brasil, temos a Agência Lupa, A Pública e Aos Fatos.
Aos Fatos é uma plataforma de “fact-checking”. Ou seja, os profisionais que trabalham lá utilizam técnicas jornalísticas para verificar se aquilo que as pessoas dizem que aconteceu pode ser comprovado.
Aos Fatos tem um método de checagem público que sua equipe é orientada a obedecer. Além de sete passos fundamentais para constatar se uma informação é verdadeira ou não, a checagem passa pelas mãos de ao menos um repórter e um editor para receber um dos seis selos de nível credibilidade.
Com relação aos grandes veículos de comunicação, vale um alerta.
É importante comprovar se a página é realmente aquela que você acredita que é. Alguns sites ou páginas nas redes sociais são desenvolvidos para ter o mesmo visual da grande imprensa e são usados justamente para confundir os leitores. No caso das redes sociais, você deve sempre observar se a página é verificada – elas contêm um selo azul ao lado do perfil.
Fonte: IFLA
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