No âmago da esfera pública, cientistas têm a possibilidade de enriquecer o debate de questões fundamentais ao rumo das nações. Afinal, afora a produção de saberes, tais atores sociais estão acostumados a problematizações, desafios e questionamentos.
Neurocientista e biólogo reconhecido internacionalmente, além de professor titular e vice-diretor do Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Sidarta Ribeiro jamais se furtou a participar de discussões públicas caras ao Brasil.
Autor do já clássico O oráculo da noite, livro em investiga o ato de sonhar, o pesquisador volta ao ofício das deliberações de ideias em Limiar – Ciência e vida contemporânea, que reúne 56 de suas crônicas publicadas na imprensa.
Em versão revisada, ampliada, a obra aborda questões prementes ao momento por que passam o Brasil e outros tantos países, resultantes do retorno, à baila, de narrativas retrógradas, de desastres ambientais ou da negação de princípios científicos básicos.
Dentre os temas analisados por Sidarta Ribeiro, estão cinco grandes temáticas, subdivididas numa série de especificidades: “Ciência em Krakatoa”, “Drogas, dedo na ferida”, “Educação para quê?”, “Deus, humanos, vida e morte” e “Sono, sonhos”.
Trecho
“Prenhe de otimismo apocalíptico, os 57 textos aqui selecionados examinam a história planetária recente com ambos os olhos abertos. Um deles tem o ponto de vista da Ciência, essa flor de futuro que insiste em nascer no asfalto do Brasil e de tantos outros projetos de país aos quais chamamos de Terceiro Mundo. O outro olho enxerga pela perspectiva dos saberes ancestrais, como a ayahuasca, a ioga e a Capoeira. Os dois olhos se fecham para sonhar o amanhã…” Quando se abrem, as imagens se fundem numa perspectiva mais ampla.”
O livro
Livro: Limiar – Ciência e vida contemporânea
Autor: Sidarta Ribeiro
Editora: Companhia de Bolso
Páginas: 190
Ano: 2020
Foto: Maurício Guilherme Silva Jr.