Professora emérita da Universidade Federal de Goiás (UFG) e atual diretora do Departamento de Infraestrutura de Pesquisa e Políticas de Formação e Educação em Ciência do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Maria Zaira Turchi é mais uma das personagens do segundo volume do e-book Mulher Faz Ciência. A publicação será lançada no próximo dia 11 de fevereiro, em comemoração do Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência.
“Posso dizer que a carreira acadêmico-científica é uma vocação familiar. Somos uma família de professores. A educação e a ciência são o nosso DNA”, afirma Zaira, como é mais conhecida. Ela é irmã da médica Celina Turchi, que ganhou notoriedade internacional por suas pesquisas relacionadas ao Zika vírus e à microcefalia. Seus pais participaram da fundação da UFG e, também, da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO).
Por sua vez, Zaira preferiu seguir carreira na área das Humanidades. Formou-se em Letras, na UFG, onde também cursou o mestrado em Letras e Linguística. Depois, concluiu o doutorado na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS). Parte de sua formação foi realizada no Centro de Pesquisas do Imaginário, em Grenoble, na França.
Mulher faz ciência: comando e decisão
Ao longo de sua trajetória, Zaira sempre esteve à frente de cargos de gestão. De 2017 a 2019, presidiu o Conselho Nacional das Fundações de Amparo à Pesquisa (Confap). Neste período, dentre 26 presidentes das agências de fomento estaduais, havia apenas duas mulheres.
“Este parece ser um desafio importante a ser superado, o empoderamento das mulheres para ocupar lugares de prestígio e reconhecimento e postos de comando nas políticas para a ciência. A presença de mulheres em posições de tomada de decisão deve se constituir num processo a ser estimulado e expandido”.
Em sua avaliação, a participação das mulheres cientistas nas universidades, em institutos de pesquisa e laboratórios de excelência não está devidamente representada em posições de decisão, poder e de prestígio. Ela cita as academias de ciências, em todo o mundo, que reúnem um número muito maior de cientistas homens, em comparação às mulheres, como membros.
“As academias podem aumentar a visibilidade das mulheres cientistas e, assim, exercer um papel importante na igualdade de gêneros. Da mesma forma, os comitês de avaliação de agências de fomento também devem ter uma política de igualdade de gêneros na escolha dos membros”, propõe.