O planeta é o lar não só dos seres humanos, mas de animais e plantas – muitos ainda desconhecidos. A preocupação em preservar estes seres é atual e amplamente debatida pela população. Mas você já pensou nos elementos da natureza que não têm vida, como as rochas, rios e cavernas? E sobre a sua conservação?
A ciência pensou! E o nome do extenso campo de conhecimento que se preocupa com a preservação desses elementos naturais é geoconservação.
Segundo o geólogo e professor da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Paulo de Tarso Amorim Castro, assim como a conservação da biodiversidade – dos seres vivos – a geoconservação conta com uma série de normas para preservar a parte física da natureza, como: rochas, rios, relevos, serras.
Mas o que faz com que um local seja conservado? O geólogo explica que isso é determinado pela raridade do lugar, ou seja o quanto suas características são únicas.
“Por exemplo, eu vejo o Pico do Itacolomi (uma enorme pedra ao lado de uma menor que fica na divisa das cidades de Mariana e Ouro Preto). Os antigos moradores e garimpeiros o usavam para se guiar, porque naquela época não tinha bússola ou GPS. Por ter um formato incomum ele possui valor geológico e seu uso como bússola lhe dar um valor cultural”, explica o professor.
Assim como nem todos os animais e vegetais são preservados, também existem locais que podem ser utilizados como fonte de recurso pelo homem. “A agricultura usa espécies de vegetais para produzir alimentos, a geologia usa rochas, minerais e água para produção de objetos”, conta Paulo.
Turismo das pedras
Pão de açúcar, corcovado onde fica o Cristo Redentor, as cachoeiras da Serra do Cipó em Minas Gerais. O que todos esses locais têm em comum? São atrações turísticas ligadas as feições geológicas. É a geoconservação que se liga ao turismo.
De acordo com Paulo Castro, as formações são muito visitadas, porém sua importância para esta área ainda não é tão bem esclarecida. “Podem ser feito trilhas e roteiros ligados a geoconservação, o que a gente chama de geoturismo”, conta.
O professor explica que este tipo de turismo é muito importante para as comunidades locais, pois como as feições não saem do lugar é preciso que as pessoas as visitem.
“A geoconservação tem a possibilidade de auxiliar as comunidades a uma melhor condição de vida em função do turismo que começa a ser incentivado quando se divulga a existência desses locais”, informa o geólogo.
Paulo Castro conta ainda que este é um tipo de turismo que não estraga o ambiente. “Quando você vai visitar um parque há áreas que o turista não pode entrar, pois sua presença pode afetar os organismos vivos. No caso da geoconservação, na maioria das vezes, isso não é um problema”, destaca.
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