Há muitos e muitos anos, não havia médicos, e as farmácias, como as conhecemos hoje, não existiam nem na imaginação das pessoas que habitavam nosso País.
Mas, então, como essas pessoas se curavam de doenças? A resposta à pergunta está na natureza!
Com uma flora riquíssima, o Brasil conta com biodiversidade única. Em nossas matas e florestas, podemos encontrar plantas capazes de cicatrizar feridas, melhorar a respiração e curar dores de cabeça, dentre outros tantos feitos.
Falo das “plantas medicinais”, bastante usadas na preparação de remédios.
Se, antigamente, nossos índios – e outros povos primitivos, que habitavam o Brasil – pegavam as plantas diretamente da floresta e as empregavam para curar doenças, hoje, a indústria farmacêutica as cultiva e as transforma em medicamentos, a partir de estudos científicos detalhados, que garantem o uso seguro e correto desses vegetais.
Diversidade
Aqui em Minas Gerais, o Centro Especializado em Plantas Aromáticas, Medicinais e Tóxicas (Ceplamt), da Universidade Federal de Minas Gerais, a UFMG, trabalha na recuperação de informações sobre flora nativa brasileira, para que essas espécies possam ser usadas como medicamento.
Maria das Graças Lins Brandão, coordenadora do Ceplamt, conta que, no Brasil, existem ao menos cinco mil espécies diferentes de plantas usadas utilizadas como remédio.
“Há diferença entre plantas nativas, exóticas e importadas. As nativas são próprias do Brasil, ou seja, nasceram e cresceram, em nosso território, de forma espontânea. Já as exóticas, em algum momento, foram aqui introduzidas por imigrantes de outros países, como os africanos ou europeus”, explica a pesquisadora.
Cuidado!
As plantas medicinais são conhecidas por seus nomes populares, e, certamente, você já deve ter ouvido falar de algumas delas: camomila, boldo, quebra-pedra etc. As mais conhecidas são vendidas em farmácias ou locais especializados. Mas, para comprá-las, é preciso cuidado!
Segundo Maria das Graças, muitos locais não vendem as plantas de forma correta. E, muitas vezes, os vendedores podem transmitir informações erradas sobre elas.
Por isso, é preciso certificar-se de que as espécies medicinais sejam compradas em locais confiáveis e venham acompanhadas de bula.
A pesquisadora explica que a forma mais comum de preparar os remédios caseiros, a partir das plantas, é por meio da infusão, que consiste em jogar água fervente sobre o material e tampá-lo, deixando a água extrair os princípios ativos lentamente.
“As pessoas, às vezes, acham que determinada planta não faz efeito, mas isso acontece porque ela acaba consumida de forma errada, ou, então, em doses diferentes. Existem plantas medicinais, por exemplo, que não são feitas para tomar, mas para passar em uma ferida. A falta de conhecimento, porém, faz com que as pessoas a usem de forma errada”, alerta Maria das Graças.
Para que servem?
Conheça o modo como certas plantas brasileiras podem ajudar no tratamento de doenças.
Copaíba – Antes da chegada dos portugueses ao Brasil, os índios usavam a planta para tratar ferimentos provocados por flechadas. Hoje, o óleo de Copaíba desinfeta e cicatriza feridas ou problemas de pele.
Babosa – Introduzida no Brasil pelos imigrantes africanos, é bastante usada na indústria de cosméticos, por conter benefícios para a pele e o cabelo. Ela também cicatriza feridas e queimaduras. Mas, cuidado, pois deve ser ingerida!
Salsaparrilha – Planta nativa brasileira, atua como filtro para o sangue, pois diminui os níveis de colesterol, o que gera melhorias à saúde.
Hortelã – Embora não seja nativa, é a planta medicinal de uso mais comum no Brasil. Seu chá ajuda a tratar problemas como má digestão, enjoo ou vômitos, além de ter efeitos calmantes.
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