Apesar de grandões, os elefantes são bichos muito sensíveis. Há mais de 20 anos, cientistas que estudam a vida e rotina desses animais desvendaram o mundo secreto da comunicação na espécie. Descobriram que eles conseguem sentir, de forma muito eficiente, as vibrações da terra e a partir daí identificar barulhos.
Um grupo de elefantes forma uma manada. As pesquisas científicas mostram que manadas que estão a quilômetros de distância umas das outras emitem sons de baixa frequência para se comunicar. Os barulhos fazem o chão tremer e por meio das patas, elefantes podem sentir que tipo de alerta é emitido.
É uma sensibilidade incrível que ajuda os grupos a se proteger, avisando sobre perigos de predadores, por exemplo. Os elefantes percebem a vibração da terra, chamadas pelos cientistas de energia sísmica, se orientam e respondem a esses sinais.
E você aí pensando que os elefantes usariam somente aquela “super orelha”, para ouvir. No meio científico, a brincadeira que se faz é que os elefantes também “escutam com as patas”, afinal de contas, sentem a energia que se propaga na terra.
As patas desses bichos são muito especiais, pois têm receptores excelentes de vibrações, principalmente, na área dos dedos e do calcanhar. Nas trombas também existem células que detectam movimentos e tremores sutis. Embora essas células sejam encontradas em outros mamíferos, estão em grande quantidade na pontinha da tromba do elefante.
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A voz dos elefantes
O sistema de comunicação desenvolvido dos elefantes não se baseia apenas em sentir as vibrações da terra. Eles são mais sensíveis e inteligentes do que podemos acreditar, pois têm audição, olfato, visão e tato aguçados. Usam um olfato investigador e ainda se expressam com o corpo. Há poses e posturas que dão recados específicos sobre o comportamento do animal.
Mas a voz é uma das ferramentas mais incríveis! Eles produzem sons diversos, não só de baixa frequência como também os mais altos: trombeteios, roncos, latidos, rugidos, bramidos e gritos. O som é produzido na medida em que os bichos soltam o ar dos pulmões e fazer vibrar as cordas vocais. Eles conseguem esticar e encurtar as cordas vocais como poucos animais podem fazer, por isso emitem grande variação de barulhos.
Especialista
Muitas das pesquisas sobre a comunicação dos elefantes foram lideradas pela cientista Caitlin O’Connell, conhecida mundialmente pela dedicação ao universo desses bichos. Ela é professora da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos e escreveu vários livros sobre os segredos da espécie. Foi a primeira a dizer que esses animais “escutam” e se comunicam através do solo.
Os estudos dela chamaram atenção depois do tsunami de 26 de dezembro de 2004 na Ásia. Essa tragédia mundial causou a morte de mais de 230 mil pessoas em 14 países diferentes e inundou comunidades costeiras com ondas de até 30 metros de altura.
Naquela época, Caitlin O’Connell investogou relatos de que elefantes treinados na Tailândia ficaram agitados e fugiram para um lugar mais alto antes da onda devastadora, salvando suas próprias vidas e alertando turistas.
Como os terremotos e os tsunamis geram ondas de baixa frequência, a cientista e outros especialistas em elefantes começaram a explorar a possibilidade de que os elefantes tailandeses estivessem respondendo a essas vibrações da terra.
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FONTES DAS INFORMAÇÕES: The ‘seismic communication’ of elephants treads a fine line between hearing and feeling, https://www.elephantvoices.org/, http://www.caitlineoconnell.com/index.php, A COMUNICAÇÃO SÍSMICA DOS ELEFANTES.
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