Há quase 2 mil anos, na noite de 18 de julho do ano de 64 d.C., um incêndio que eclodiu pelo Circus Maximus, na cidade de Roma, capital da Itália, entraria para a história.
O fogo se alastrou pela cidade destruindo tudo o que via pela frente e fontes indicam que só foi extinto seis dias depois. Há quem diga que o saldo da destruição chegou a 10 dos 14 distritos de Roma àquela época.
Mas evidências históricas e arqueológicas também indicam que esse quadro pode ter sido exagerado por quem testemunhou o incêndio ou deixou relatos sobre o ocorrido.
De quem foi a culpa do grande incêndio de Roma?
Antigos historiadores culpavam o infame imperador Nero pelo incêndio – inclusive, há histórias de que ele estava tocando violino enquanto sua cidade pegava fogo!
Outros diziam que Nero queria arrasar a cidade para poder construir um novo palácio. O próprio Nero teria culpado um novo culto rebelde: os cristãos.
Hoje, a maioria dos historiadores não culpa Nero pelo Grande Incêndio de Roma.
Na antiguidade, Roma foi submetida a muitos desastres naturais devastadores, como inundações e terremotos. O fogo foi mais uma dessas forças destrutivas, consequência da superlotação e da abundância de materiais inflamáveis, especialmente madeira.
Por isso, não seria incomum que incêndios chegassem a enormes setores da metrópole. A Roma Antiga era uma cidade de mais de dois milhões de pessoas, com milhares vivendo em regiões empobrecidas, com péssimas condições de habitação em prédios de madeira mal construídos. Um incêndio em um desses locais poderia rapidamente se espalhar e engolir todo o quarteirão.
Fontes sobre o grande incêndio
O senador e historiador romano Cornelius Tacitus registrou um incêndio tão devastador que quase toda a cidade imperial foi destruída. É dele a contagem de que 10 das 14 regiões de Roma teriam sido devastadas.
Após o acontecido, o imperador Nero instituiu um novo código de fogo, que foi, pelo menos parcialmente, bem-sucedido.
Nunca mais um incêndio eclodiu com tanta ferocidade, embora haja registros de fogo devastando seções isoladas da cidade nos anos de 69, 80, 193, 284.
Algumas das mais recentes e melhores evidências arqueológicas sobre esse acontecido vieram das escavações da Universidade La Sapienza e ao longo das encostas nordeste do Monte Palatino, mais recentemente expostas na exposição “Nero”, no Coliseu (em 2011).
Fontes:
- American Institute for Roman Culture
- Some Social and Economic Consequences of the A.D. 64 Fire at Rome.
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