Sabia que a vida de cientista pode levar um profissional a conhecer vários lugares no mundo? Vamos contar a história de um pesquisador que, entre experimentos e trabalhos em diferentes cidades, aproveita o tempo livre para pedalar.
Alex Chaves é um cientista brasileiro que estuda a alimentação animal, mais especificamente a nutrição de ruminantes, como vacas e bois. Iniciou a carreira acadêmica na Universidade Federal de Viçosa, mas depois morou nos EUA, Nova Zelândia, Canadá, França e Alemanha. Atualmente, vive na Austrália onde trabalha como professor e pesquisador na Universidade de Sidney.
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Tudo começou…
A primeira aventura foi em 2002 e 2003, quando visitou cerca de 15 países para conhecer laboratórios de pesquisa. Alex Chaves levou a bicicleta como companheira de viagem e a cada lugar onde fazia uma “parada científica”, aproveitava para passear de bicicleta no entorno.
Nesse período, fez o famoso Caminho de Compostela, na Europa, – um conjunto de percursos feitos por milhares peregrinos do mundo para chegar à cidade de Santiago de Compostela. Alex Chaves pedalou entre as cidades de Leon e Compostela, na Espanha.
A segunda grande viagem foi depois de concluir a tese em ciência animal. O pesquisador morou quatro anos na Nova Zelândia, onde desenvolveu as pesquisas. “Fiquei três meses de férias ao encerrar o doutorado. Fiz viagens bem legais, pois tive tempo. Levei a bicicleta e fui procurar universidades para fazer pós-doutorado. Não foi só para isso, também passei o tempo curtindo vários países”, conta.
Passou pelo México, Belize e Guatemala. Ficou um tempo pedalando no Brasil e seguiu com pequenas temporadas nos EUA, Europa e Ilhas do Pacífico. Mas não acaba aí, o cientista ainda cruzou outros países de bike.
Tecnologia e pedal
Alex Chaves diz que a tecnologia facilita muito as viagens. Ele usa aplicativos de geolocalização para construir e encontrar rotas, além de sites para pesquisa de passagens aéreas e hotéis. Também usa apps para monitorar o clima. “Gosto de visitar os restaurantes e comer comidas típicas locais em cada lugar. Sou eu, minha bicicleta e duas mochilas acopladas à bike”, afirma.
O cientista tem preparação de atleta e planeja rotas com paradas de cidade em cidade. Assim, fica boa parte do dia pedalando – entre 6 e 8 horas. Toma café da manhã no hotel de partida e inicia a viagem.
Na hora do almoço, se sentir muita fome, faz uma parada para o lanche. Às vezes continua o trajeto se alimentando de frutas e barrinhas de cereal energéticas. Quando chega ao destino planejado, se acomoda no hotel e sai em busca de um bom restaurante de comida típica.
Montanha acima!
A última viagem de Alex Chaves, em 2017, foi uma rota pelos Alpes Suíços e Alpes Alemães, cruzando a Áustria até chegar na cidade de Salzburgo. O cientista havia encerrado uma temporada de três meses de pesquisas na Alemanha, um trabalho no qual estudou uso de óleos vegetais na alimentação de animais. Daí, a paixão pelas montanhas, o fez encarar a aventura pelos Alpes.
“Adoro montanhas. Acho a subida de bicicleta um grande desafio. Esse hábito vem da prática de mountain bike. Gosto mesmo é de pedalar morro acima”, explica. Um dos objetivos da viagem era visitar o Instituto Federal de Tecnologia de Zurique (ETH Zurich University). Por isso, fez esta parada em Zurique e depois, visitou outro centro tecnológico no município de Preda, por onde começou a rota de pedal.
Conheceu na cidade de Lindau, o Lago de Constança. Para ele, um lugar inesquecível que fica entre a Suíça, Alemanha e Áustria. Alex Chaves seguiu o caminho pedalando pela Rodovia Alpina Alemã, uma estrada totalmente sinalizada e preparada para receber ciclistas. “Foi muito legal porque fiz seis paradas para visitar localidades nesta estrada antes de encerrar a rota em Salzburgo”.
Caminhos de história
Por ter morado na Alemanha, o cientista criou um interesse grande pela Segunda Guerra Mundial, portanto, foi conhecer parte desta história. Viajou pela Bavaria, Sul da Alemanha, região onde Hitler teve grande influência. Visitou a casa de campo onde o ditador morou, local apelidado de “ninho da água”, no Alpes germânicos. Depois de encerrar a rota de bike em Salzburgo, o viajante voou para Cracóvia, na Polônia, onde visitou campos de concentração de Auschwitz-Birkenau.
A viagem foi durante o verão, porque as temperaturas de inverno na região são baixíssimas. Alex Chaves pedalou em julho, encarou um pouco de chuva, mas a temperatura média ficou perto dos 20 graus – que ele considera excelente para ciclistas. As mochilas da bicicleta são à prova d’água, o que mantém roupas e objetos secos. Uma jaqueta também impermeável foi a vestimenta ideal para a aventura.
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