A natureza e suas cores são sempre um espetáculo para os olhos, não é mesmo? E foi nela que os cientistas se inspiraram para criar um novo material, que imita a forma como os animais utilizam a camuflagem para se esconderem mesclando-se ao ambiente em que se encontram.
O novo material “inteligente” muda de cor quando exposto à umidade. As cores ou padrões revelados podem ser determinadas pelos pesquisadores.
Mas como funciona?
Primeiro, a equipe de cientistas produziu um filme sólido de polímero azul. Um polímero é um material constituído por cadeias moleculares longas (lembra das aulas de química?).
Eles então usaram uma impressora a jato de tinta para imprimir imagens neste filme de polímero. Sua “tinta” era uma substância química – nitrato de cálcio – dissolvida em água. Alterar o número de camadas desta tinta impressa no filme mudaria sua cor aparente assim que ele fizesse contato com a água.
Uma camada de nitrato de cálcio aparece laranja. Duas camadas: verde. Três camadas parecem azuis. Então, para fazer uma certa cor aparecer quando o filme ficar molhado, eles simplesmente ajustam as camadas de tinta impressas sobre ele. Não é legal?
“Quando a película de polímero entra em contato com a água e incha”, observa o químico Mark MacLachlan, “muda as dimensões das estruturas de superfície pré-impressas”. Isso, explica, muda o comprimento de onda – ou cor – da luz que reflete de volta ao olho do observador.
Quando o filme de polímero seca novamente, ele retorna à sua cor azul original. Isso mais uma vez camufla a imagem que foi impressa sobre ele. Para trazê-la de volta, é preciso apenas adicionar água. E isso pode ser tão simples como respirar ar úmido sobre ele!
Schenning está entusiasmado com os potenciais usos de tal material. Ele pode imaginar tecidos inteligentes, carros ou edifícios que mudariam de cor conforme o nível de umidade no ar mudasse. Estes poderiam “ser mais interessantes”, ele pensa. Um desafio para os arquitetos!
Outra utilização interessante diz respeito a possíveis aplicações de segurança, como a marcação de notas para evitar a reprodução de dinheiro falso. “Uma etiqueta que muda de cor quando você respira seria ótimo”, diz ele.
Outras aplicações incluem veículos com mudança de cor. Imagine, ele diz, carros que mudam de cor em um dia chuvoso.
No entanto, o cientista tem mais um desafio pela frente: ajustar o material para que possa suportar um uso mais prolongado.
Ele continua empenhado em desenvolver sua descoberta e agora pretende se basear na camuflagem de um peixe chamado Cuttlefish. Este peixe é capaz de adaptar-se ao padrão de diferentes ambientes. Um verdadeiro mestre do esconderijo!
Veja neste vídeo da BBC.
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