Professores do Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG ) Campus Ponte Nova, com a colaboração de alunos, desenvolveram uma iniciativa para incentivar e inovar no aprendizado do conteúdo em sala de aula e na divulgação destes conhecimentos para a comunidade externa.
Baseado nas experiências profissionais da professora Amanda Resende, idealizadora do projeto, junto com a professora Juliana Serqueira, o projeto visa desmistificar e democratizar os conteúdos da física, química e biologia a partir de palestras, oficinas e exposições.
No início do projeto, foi feita uma pesquisa com a comunidade ponte-novense para identificar as precariedades e pontos que possam ser corrigidos a partir da iniciativa. Sendo assim, foi identificado que “as escolas públicas de Ponte Nova apresentam, no geral, um desempenho baixo nas provas de avaliação”, afirma Amanda Resende.
“Nós criamos todo conteúdo para contextualizar e fazer aquilo de forma animada, para que o aluno possa ver como parte do seu dia a dia. Às vezes, nós, professores só queremos cobrar fórmula e resultado e isso acaba afastando o aluno, sendo que há outras maneiras de integrar o estudante e identificar o seu aprendizado”, aponta Amanda Resende.
Com dados iniciais, o projeto ofertou palestras interativas e oficinas nas escolas públicas de Ponte Nova e no IFMG. Pensando em alcançar mais pessoas, criaram um perfil na rede social Instagram.
Os alunos participantes do projeto reafirmam a importância das metodologias inovadoras para ajudar na absorção dos conteúdos aprendidos. “Quando aprendemos em sala de aula e decoramos, na outra semana já esquecemos. Porém, com a aplicação deste conteúdo em coisas que faço na minha rotina, eu acabo associando e não esqueço”, explica Mateus Guimarães.
“Dizer sobre ondas eletromagnéticas é algo vago, agora dizer, por exemplo, uma aplicação deste conteúdo na música fica mais interessante e didático para o aluno”, complementa o aluno Marco Antônio.
Ambiente digital
Em 2020, com o início da pandemia da Covid-19, o projeto precisou ser repensado. Para a comunidade não ficar desassistida, foi preciso transferir para o ambiente digital. “Foi necessário se reinventar para atingirmos a população de forma remota. Então, fomos para a internet e começamos a falar de filmes, séries e curiosidades. Também criamos salas virtuais, como forma de auxiliar outros estudantes.”, explica Maria Victória, aluna voluntária do projeto.
“A sala de aula virtual foi uma excelente iniciativa para aproximar mais os alunos e poderem estudar junto”, complementa Amanda Resende. Amanda avalia a migração para o ambiente digital como uma excelente oportunidade, devido ao alcance. A primeira palestra teve como tema “Física nos filmes de ficção científica” com a participação de um professor de outra cidade. Outro assunto foi “Física na Música” que contou com professores utilizando instrumentos musicais. “Estamos realmente tentando trazer estes conteúdos de forma didática com aplicação real na vida do estudante. Usamos no conceito da Teoria de aprendizagem de David Ausubel, em que o aluno, para ele aprender bem, precisa utilizar ideias âncoras, ou seja, ideias que ele já tem”, sinaliza Amanda.
Outra possibilidade permitida pelo ambiente virtual “foi trazer pesquisadores que, presencialmente, seria impossível, como no caso dos profissionais do O Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Também trouxemos um profissional da Nasa para mostrar para os alunos que não é algo distante de nós”, aponta Amanda Resende.
Para acompanhar o projeto acesse o instagram @eciencia.ifmg