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Mulher faz ciência: o poder da inspiração

Vencedora do Prêmio Para Mulheres na Ciência em 2020, Vivian Vasconcelos Costa será uma das personagens do e-book

A cientista Vivian Vasconcelos Costa. Foto: Júlia Duarte/UFMG

O Mulher faz Ciência está de volta! A partir de hoje, você vai conhecer as dez personagens do terceiro volume do e-book, com lançamento previsto em fevereiro de 2021. Quem abre a série é Vivian Vasconcelos Costa, professora do Departamento de Morfologia do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Ela é uma das sete ganhadoras da 15ª edição do Prêmio Para Mulheres na Ciência no Brasil, entre 556 inscritas. A iniciativa é promovida pela Unesco, em parceria com a Academia Brasileira de Ciências e a L’Oréal Brasil.

Foi exatamente há quinze anos que a então estudante de Fisioterapia ingressou na iniciação científica. “Eu fazia faculdade pela manhã, em uma instituição particular. Depois do almoço, vinha para a UFMG e ficava até a noite, todos os dias”, lembra. “Conheço o prêmio desde que eu me entendo por gente”, diz. Ela se inscreveu pela primeira vez em 2017, quando passou no concurso para professora do ICB. Para ser elegível, é preciso ter vínculo com alguma instituição de pesquisa.

Esta seria a última candidatura, uma vez que o regulamento prevê uma data limite para a conclusão do doutorado – nesta edição, até 2013. “Estou muito feliz. É um reconhecimento, uma injeção de ânimo: ‘vale a pena, continue, você está no caminho certo’. Isso é muito gratificante”, comemora.

Mudanças bem-vindas

Vivian cursou mestrado e o doutorado na UFMG, sob orientação da professora Danielle da Glória de Souza, do Departamento de Microbiologia. “Minha orientadora sempre foi uma grande inspiração”, revela. Quando Vivian ingressou na pós-graduação, com a intenção de estudar artrite e outras inflamações, mais ligadas à Fisioterapia, a professora Danielle a convidou a participar de uma pesquisa sobre dengue. Pois a mudança de trajetória foi feliz. Em 2014, o trabalho Mecanismos de proteção versus doença na resposta do hospedeiro frente à infecção pelo Dengue vírus em camundongos, de autoria de Vivian, recebeu o Grande Prêmio UFMG de Teses.

A mesma doença é o tema do projeto que lhe rendeu o Prêmio Para Mulheres na Ciência. “Minha proposta é entender por que há pacientes que desenvolvem um quadro leve de dengue leve e outros desenvolvem a forma grave da doença. Então, eu observo biomarcadores que possam me indicar isso. O projeto vai desde estudar o interior célula, para passar por modelos experimentais, em pequenos roedores (camundongos)”, detalha.

Minha orientadora sempre foi uma grande inspiração

Em 2015, Vivian passou a estudar outros vírus, como o da zika. Naquele mesmo ano, ocorreu a epidemia de nascimentos de bebês com microcefalia no Brasil, classificada como emergência de saúde pública internacional. Em 2020, a situação se repete, em proporções exponencialmente maiores, com a pandemia provocada pelo novo coronavírus.

Hoje, Vivian divide o laboratório com o professor Mauro Teixeira, seu supervisor em um dos estágios de pós-doutorado, realizado em Cingapura. Ele é um dos pesquisadores à frente dos testes da vacina contra a covid-19 desenvolvida pela empresa farmacêutica chinesa SinoVac. O atual grupo de pesquisa da cientista estuda a inflamação em diferentes contextos. “Mais recentemente, com a pandemia de coronavírus, mudamos nosso foco para também estudar a covid-19. Porque acreditamos que é preciso se adaptar às demandas que vão surgindo”, analisa.

Mulher Faz Ciência

No próximo volume do ­e-book Mulher Faz Ciência, você vai conhecer mais detalhes sobre a carreira da cientista Vivian Vasconcelos Costa. O primeiro volume da publicação foi lançado em 2019, com dez perfis de cientistas brasileiras. O volume 2 foi lançado em 2020, com outras dez personagens, além de uma série de podcasts. A iniciativa, no âmbito do projeto Minas faz Ciência, da FAPEMIG, busca incentivar meninas e jovens mulheres a seguirem a carreira científica, inspiradas por pesquisadoras bem-sucedidas em diferentes áreas do conhecimento.

Alessandra Ribeiro

Graduada em Jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte - Uni-BH (2004). Especialista em Imagens e Culturas Midiáticas (2008) e mestra em Comunicação Social (2020) pela Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG . É jornalista do projeto Minas Faz Ciência desde 2015 e autora do e-book Mulher faz Ciência.

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