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Pandemia mobiliza pesquisadores em estudos sobre saúde mental

Em Minas Gerais, no Brasil e no mundo, cientistas coletam dados para compreender impactos do isolamento nas pessoas

Imagem meramente ilustrativa via Freepik

Solidão, angústia, medo e insegurança são sentimentos comuns ao longo de nossas vidas e, quase sempre, estão relacionados a situações temporárias. Em isolamento social, no entanto, essas sensações parecem ganhar outra magnitude, afetando profundamente nossa saúde mental.

Medir, compreender e analisar o impacto do novo coronavírus na saúde mental de diferentes perfis de indivíduos na população torna-se, então, objeto de estudo de grande relevância para a ciência, em especial, para os estudos em psicologia.

No Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), por exemplo, há diferentes pesquisas em andamento sobre o tema. Uma delas busca compreender o impacto da pandemia da COVID-19 na saúde mental e no uso de medicamentos por profissionais da saúde e jovens adultos.

A equipe de pesquisadores envolvidos conta com a participação dos professores Maycoln Teodoro, Marcela Mansur e Pricila Ribeiro, os três do Departamento de Psicologia  da UFMG, de Juliana Alvares Teodoro e Francisco de Assis Acurcio, da Faculdade de Farmácia da UFMG, e de Renata Macedo, da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP).

Imagem meramente ilustrativa via Freepik / Wirestock

A pesquisa é desenvolvida no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Psicologia: Cognição e Comportamento e do Programa de Pós-Graduação em Medicamentos e Assistência Farmacêutica (UFMG). O objetivo é compreender os efeitos da quarentena, do isolamento social e das demandas de trabalho durante a pandemia.

Interessados em participar podem responder a um questionário online compartilhando suas experiências. Os dados coletados serão analisados de forma coletiva, sem identificação dos respondentes.

Iniciativas internacionais e parcerias com o Brasil

Também do Departamento de Psicologia da UFMG e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia, a professora Júlia Beatriz Lopes Silva, que coordena o Laboratório de Neuropsicologia do Desenvolvimento (LND) atua em outro grupo de pesquisa para identificar a “Relação entre o perfeccionismo, comportamentos, atitude e crenças da população brasileira diante da situação de pandemia da COVID-19”.

Em entrevista ao Minas Faz Ciência, ela conta que o objetivo dessa pesquisa é identificar características individuais, atitudes crenças e comportamentos associados à prevenção da COVID-19.

“É uma pesquisa internacional, que, consequentemente, permitirá identificar características específicas dos países no manejo de contenção da pandemia”, detalha.

A coleta de dados também está sendo realizada online, através da plataforma Qualtrics. Qualquer pessoa com mais de 18 anos pode responder ao questionário no link, voluntariamente.

A partir dos dados coletados, serão produzidos relatórios que visam contribuir para o desenvolvimento de políticas públicas mais eficazes e adequadas à realidade brasileira para a contenção da disseminação da COVID-19.

A pesquisa foi desenvolvida pela equipe do BehaviourWorks, na Austrália e adaptada para o Brasil pelas professoras Júlia Beatriz Lopes Silva e Marcela Mansur Alves. Resultados preliminares australianos já foram publicados (em inglês) no site The Conversation.

Resultados preliminares coletados na Austrália indicam que mais australianos estão preocupados com a recessão e com o egoísmo da sociedade do que com o próprio coronavírus.

Outras universidades estrangeiras também estão desenvolvendo levantamentos via formulários online sobre o tema, como esta versão conduzida pela London School of Economics and Political Science (LSE), a Nottingham Trent University e a University of Surrey. No entanto, não há versão do formulário disponível em português.

Como cuidar da saúde mental na pandemia?

Professora Júlia Beatriz Lopes Silva, do Departamento de Psicologia da UFMG.

A professora Júlia Beatriz Lopes Silva alerta que a pandemia pode gerar uma série de impactos na saúde mental, como agravamento de sintomas de ansiedade e depressão.

“Além de estratégias individuais de auto-cuidado, é importante ressaltar que o Conselho Federal de Psicologia está estimulando a realização de psicoterapia online então, sempre que for necessário, é possível contar com ajuda profissional”.

Para mais informações, acesse: site.cfp.org.br.

Verônica Soares

Jornalista de ciências, professora de comunicação, pesquisadora da divulgação científica.

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