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Como nascem e vivem as estrelas?

Informações sobre nascimento, processos de expulsão de matéria no espaço, transformações químicas e o apagar de uma estrela

Foto: K Bahr/Flickr

Por Luana Cruz e Luiza Lages

O céu guarda muitos encantos, entre eles as estrelas que, curiosamente, aparecem e desaparecem. Dando sequência ao podcast infantil Histórias de Ninar para Pequenos Cientistas, o tema de hoje é a vida das estrelas e aprenderemos como elas nascem e morrem. Este é o segundo episódio de uma temporada com oito áudios que apresentam histórias sobre a vida de grandes nomes das Ciências, teorias e acontecimentos científicos.

Leia o conto aqui e escute o podcast:

Nascimento

De acordo com o professor Wagner Corradi, do Departamento de Física da Universidade Federal de Minas Gerais, existem no espaço nuvens compostas de gás e poeira. O professor foi o responsável pela assessoria científica do episódio e contou que a formação de uma estrela acontece nessas nuvens de matéria espalhada. Por conta de alguma força – que pode ser, por exemplo, a explosão de uma outra estrela – a nuvem é comprimida e esse material começa a se aglutinar, em pontos de maior gravidade.

A matéria começa a girar, na forma de um disco, e nasce então uma estrela em seu estágio inicial, chamada protoestrela. Nesse giro, formam-se discos de matéria, em torno da estrela. Nesses discos, porções menores de matéria, insuficientes para produzir uma nova estrela, começam a se aglutinar e a formar estruturas menores: os planetas. Assim, após milhões de anos se forma um sistema planetário.

Vida agitada

A estrela vive o tempo em um equilíbrio entre a força da gravidade, que puxa a matéria para o centro, e a energia gerada pela fusão de átomos em seu núcleo. O professor explica que funciona como um ônibus cheio, muito apertado e quente (as pessoas não saem do ônibus, mas querem se afastar o máximo possível umas das outras). “Começa a apertar e vai faltando espaço. Vai ficando quente e tão apertado que começa a empurrar a matéria para dentro da outra. A vantagem é que quando empurra um átomo para dentro do outro ganha-se espaço, mas também sobra energia, e essa energia que é usada para empurrar a matéria para cima”.

Sobre o tempo de vida de uma estrela, Corradi diz que quando uma estrela é muito massiva, gasta mais intensamente essa energia produzida, acaba colapsando, explodindo e morrendo. Uma estrela que é menos massiva, gasta pouca energia e dura muito tempo. “Há estrelas que vivem muito mais que a própria idade da galáxia”, afirma. Uma estrela pequena pode ficar bilhões de anos nessa fase de “ônibus apertado”. Um exemplo disso é o Sol.

Quando ela se apaga…

Depois que uma estrela de grandeza próxima ao nosso Sol vive por um tempo, ela não consegue mais administrar o empurra-empurra, como no exemplo do ônibus apertado. Ela não consegue mais  produzir energia suficiente para isso. De acordo com Wagner Corradi, o núcleo da estrela contrai (a gravidade ganha), gerando uma grande onda energética, e em seguida ela expande. “Fica enorme, bem vermelha. Ela fica numa fase em que incha e desincha. Às vezes essa expansão é tão grande, que chega a ser 800 vezes maior do que o Sol”.

Quando fica inchada, a matéria que está mais na borda da estrela dissipa e acaba sobrando só um miolinho. “Assim vai terminar a vida da estrela, ela vai perder a parte externa, a massa que está mais para fora vai embora e sobra um carocinho que fica brilhando. Esse carocinho é muito quente, mas é muito pequeno”.

Segundo o professor, em algum momento essa pequena estrela remanescente, chamada anã branca, esfria e se apaga. “É como se você pegasse um fósforo. Você risca o fósforo, ele brilha demais. Depois vai apagando, ficando escuro e você não o vê mais. Uma estrela é desse jeito”, conclui.

Supernova

Durante esse “joguinho”, muitas transformações ocorrem dentro de uma estrela, como converter hidrogênio em hélio, e este por sua vez, em carbono. A estrela vai se transformando internamente, em meio ao empurra-empurra de átomos, e o núcleo fica cada vez com elementos mais pesados. Quando uma estrela é muito massiva, maior que oito massas solares, ela também fica nessa fase de incha de desincha, ou seja, comprime e descomprime. Mas tudo isso de forma mais intensa. Quando ela não consegue mais empurrar, ela explode.

“Essas estrelas que explodem se chamam supernova. Quando essas estrelas grandes explodem, pode ser que sobre no miolinho uma estrela que é ainda menor. Ela é muito quente e muito pequenininha, a chamada estrela de neutrons. Mas pode acontecer que essa compactação seja tão grande que você acabe ficando com um buraco negro. Ou seja, a matéria que está ali na borda da estrutura ficou tão junta, tão junta, que nem a luz, que tem muita energia, consegue escapar”, explica Wagner Corradi.

Mais curiosidades sobre a vida das estrelas

– Nenhuma estrela é igual à outra. Duas estrelas podem ser parecidas em alguns aspectos, mas analisando detalhadamente, cada uma possui particularidades.

– A fase em que a estrela transforma hidrogênio em hélio é chamada sequência principal. É essa a fase em que o Sol passa o maior tempo da vida dele.

– Na etapa em que sobra apenas um miolinho da estrela, a temperatura ainda é muito quente: da ordem de uns 10 milhões de graus Celsius. Às vezes pode chegar a 100 milhões de graus Celsius.

– Estrelas menos massivas chegam a viver bilhões de anos. Estrelas gigantes vivem  milhões ou milhares de anos.

Fonte: professor Wagner Corradi e doutoranda Rafaella Barbosa, do Departamento de Física da UFMG

Histórias de Ninar para Pequenos Cientistas

Este texto sobre a vida das estrelas é um conteúdo de apoio ao segundo episódio do podcast infantil Histórias de Ninar para Pequenos Cientistas. O objetivo desta postagem é explorar os conceitos científicos, dando suporte a pais, responsáveis e professores. Assim, fica mais fácil ouvir o episódio com a criançada.

O primeiro episódio da temporada você conferiu na semana passada: Uma batalha interna, no Mundo de Rafa, um universo constantemente vigiado pelo Departamento de Proteção Contra Invasores e Outras Possíveis Ameaças. Com uma visão lúdica, o conto trata dos mecanismos do sistema imunológico humano ao combater uma infecção viral – e também ao se tornar imune a determinados vírus, por meio de vacinas. O material de apoio está neste link.

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