Inédito aos olhos do homem, o peixe abissal é humanizado por X.
Desde a infância, qual cão inquieto, X persegue ossos do inesperado. Desde sempre, importuna imprevisibilidades sob a escuridão.
X, em verdade, resume-se à busca pela própria essência, cristalizada, quase sempre, sob pressões, breus e vácuos insuportáveis.
X persegue o que ninguém jamais cogitou. Escarafuncha águas, mistérios, abismos. Traz à tona do tempo a vida invisível aos olhos do mundo.
Pois X é humano. E precisa domar indefinições, vasculhar profundezas, subjugar espécimes ocultos.
Senhor de si, X não sabe, porém, certos segredos à sombra do tempo. Ao descobrir o ser que não há, X também é milimetricamente dissecado.
Inédito aos olhos do peixe, o homem, banal em sua frágil rudeza, acaba piscificado pela fortuita espécie abissal.