A carne suína é apontada por especialistas como fonte de proteína de alto valor biológico e sem o teor de gordura que se imaginava, devido aos avanços da suinocultura moderna.
“Temos cortes de carne suína que são tão magros quanto qualquer outro de frango ou peixe, por exemplo,” conta o professor Vinícius de Souza Cantarelli, do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras (UFLA).
Segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA), o Brasil é o quarto maior produtor e exportador mundial de carne suína. Apesar disso, o consumo no país ainda é pequeno.
“Do pouco que consumimos, a maioria é de processados. Nós não consumimos tanto a carne in natura, como a costelinha de porco, o lombo, a copa do lombo ou até mesmo os cortes que estão no pernil, já que o suíno também tem alcatra, patinho e colchão mole”, destaca Cantarelli.
Mitos e verdades sobre a carne suína
Minas Gerais é o Estado onde mais consome carne suína no País.
Enquanto a média nacional é de 15 quilos per capita/ano (dados de 2015), em território mineiro é de 21 quilos per capita/ano, de acordo com a Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg).
Um dos fatores apontados para esse baixo consumo é a mistificação por trás da carne suína.
Existe o mito de que a carne de porco transmite doenças como a cisticercose, causada pela ingestão de água ou alimentos contaminados por ovos do parasita Taenia solium.
“As pessoas relacionam essas doenças com a carne suína, mas o maior risco hoje vem das verduras e depende da sua origem. Nas condições em que os suínos são criados atualmente nas granjas, as chances são quase zero. Claro que, como qualquer produto de origem animal ou vegetal, existem riscos. Por isso, é muito importante sabermos a procedência não só da produção, mas também de qual frigorífico esse produto está vindo”, explica o professor.
A alimentação dos suínos também evoluiu para rações preparadas para cada fase da vida.
“A dieta é formulada de acordo com a fase do animal, buscando a eficiência de produção e qualidade da carne. Uma nutrição correta e o melhoramento genético são alguns dos fatores que fazem da suinocultura um sistema cada vez mais sustentável” comenta o especialista.
“Minha vó usava banha de porco para cozinhar…”
Quem nunca ouviu a frase acima para justificar o perfil alimentar mais saudável das gerações passadas?
Muitas pessoas deixaram de usar banha de porco para preparar suas refeições por acreditar que faz mal à saúde.
Mas isso não deveria ser motivo de preocupação. O professor Vinícius Cantarelli explica que a gordura do suíno está entre as mais saudáveis:
“Fala-se muito em óleo de coco e a gordura suína é praticamente a mesma coisa, tão saudável quanto esse óleo, além de ter um valor mais acessível, é até mais saudável que os óleos vegetais, conforme pesquisas publicadas em revistas de alto impacto já apontaram”.
Confira no vídeo produzido pela Universidade outros mitos relacionados à carne suína:
Com informações da Assessoria de Comunicação da UFLA.