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Quem foi Warwick Estevam Kerr?

Foto: reprodução / Francisco Emolo / USP Imagens

Professor aposentado do Instituto de Genética e Bioquímica da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), o geneticista Warwick Estevam Kerr faleceu no último sábado, 15 de setembro, em São Paulo.

Entomologista, engenheiro agrônomo e pesquisador reconhecido internacionalmente, Kerr havia completado 96 anos de idade em 9 de setembro.

Em abril de 2017, recebeu o título de Professor Honoris Causa da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), por sua distinção acadêmica em prol da Filosofia, das Ciências, da Técnica, das Artes e das Letras.

Os professores Warwick Estevam Kerr e José de Ribamar Silva Barros em visita a Meliponário na Vila Nova, São Luís-MA, 2004 (Foto: arquivo pessoal)

Carreira

Na UFU (1988-1999 e 2003-2010), Kerr implantou o curso de Pós-Graduação em Genética e Bioquímica  – mestrado (1994) e doutorado (1999) – e prosseguiu com suas pesquisas com abelhas, hortaliças e frutas ao longo de todo o período vinculado à Universidade.

Embora aposentado em 1992, orientou alunos, ministrou aulas e realizou suas pesquisas na UFU até 2012.

Valder Steffen Júnior, reitor da UFU, considera que Kerr era a maior referência científica da Universidade, responsável pela formação de diversas gerações de pesquisadores.

Na década de 1980, manejando uma colônia de Melipona fasciculata no Meliponário em São Luís (MA). (Foto: arquivo pessoal)

Além da UFU e da UFMA, o cientista atuou em outras instituições ao longo de mais de 60 anos de carreira. Dentre elas, a Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (Fapesp) e Universidade Estadual do Maranhão (Uema).

Além disso, Kerr foi presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, de 1969 até 1973.

No site da SBPC, Kerr é referenciado como um dos maiores especialistas em abelhas do mundo.

Dedicou sua vida a estudar a genética das abelhas, especialmente da espécie Apis Mellifera Scutella. Desenvolveu a abelha africanizada, uma espécie hibrida que é menos agressiva que as outras, mais produtiva e resistente à varoa (doença causada por ácaros que acomete as colmeias). Ele ficou conhecido internacionalmente em 1950, quando realizou um trabalho inédito sobre a determinação de castas em abelhas do gênero Mellipona (sem ferrão).

A abelha africana, introduzida no Brasil por Kerr. Foto de JMK via Wikimedia

Contribuições

Uma mostra das condecorações e da produção científica do professor está disponível na Coleção Especial Dr. Warwick Estevam Kerr, na biblioteca do Campus Umuarama.

Entre seus principais trabalhos está a introdução no Brasil da abelha africana, em 1956.

Ele também desenvolveu um novo tipo de espécie de abelha, denominada “africanizada”, que é mais dócil e grande produtora de mel.

Outro destaque de suas pesquisas foi a descoberta de um tipo de alface com 20 vezes mais vitamina A do que o comum.

Abelha africanizada em foto de Jeffrey W. Lotz via Wikimedia

Em 1990, tornou-se o primeiro brasileiro a pertencer à Academia de Ciências dos Estados Unidos.

Kerr iniciou sua carreira em uma época de grande desenvolvimento dos estudos na área de genética em São Paulo, graças à presença de eméritos cientistas deste campo na USP.

De 1975 a 1979 trabalhou no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). Ao assumir a função, o instituto possuía apenas um mestre e um doutor.

Kerr foi diretor do INPA por duas ocasiões (1975-1979 / 1999-2002). Ao término do seu período, o instituto contava com 50 mestres e 60 doutores.

Com informações da Diretoria de Comunicação da UFU e SBPC.

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