Mais uma vez a turma do ensino médio está se destacando com pesquisas científicas. Mostramos aqui no Minas Faz Ciências alguns trabalhos desenvolvidos por pesquisadores ainda na educação básica. Também já falamos sobre projetos premiados e a importância da iniciação científica.

Desta vez, estudantes do curso técnico em Edificações do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) desenvolveram um protótipo de edificação de pequeno porte que possibilita a visualização de uma construção, a partir do uso de ferramentas tecnológicas 3D vinculadas à realidade virtual e realidade aumentada. A ideia é facilitar a compreensão, por exemplo, de um projeto de residência (planta de casa).

O projeto Arquitetura sustentável planejada com acessibilidade é orientado pelas professoras Rosana Nunes e Mariana Anacleto, no campus Timóteo. O trabalho se destaca pelo uso dessas tecnologias e o envolvimento de questões que abordam a sustentabilidade e acessibilidade.

O protótipo pode proporcionar uma visita virtual ao ambiente pensado pelos profissionais que planejam o espaço. Assim, é possível modificar os processos produtivos, o que evita retrabalhos. Segundo a professora Rosana Nunes, o objetivo é ajudar a pensar acessibilidade aos portadores de necessidades. Eles mesmos podem visitar virtualmente espaços e optar pelos formatos, o que resulta em que casas mais planejadas e racionalizadas.

Imagem do projeto Arquitetura sustentável planejada com acessibilidade

História

A professora conta que o projeto foi iniciativa de dois alunos do curso de Edificações. Eles haviam sido reprovados no primeiro ano e voltaram com a intenção de dar o máximo possível no curso.

“Estavam pensando em fazer um projeto. Formatamos as primeiras ideias pensando em um colega, do curso de informática, que é cadeirante. Ele foi um grande inspirador do trabalho. Depois pensamos em incluir sustentabilidade e tecnologia. Vimos que havia aplicação de protótipos com realidade virtual na área da saúde, mas no campo de edificações, poucos usavam”, explica a professora.

Os pesquisadores usam uma ferramenta chamada Kubity, que tem uma versão gratuita, e possibilita criação de plantas em realidade virtual. No entanto, com o sucesso do projeto, alunos de engenharia do próprio CEFET-MG já se mostraram interessados em desenvolver um programa para que a turma de edificações desenvolva os trabalhos.

Os estudantes criadores do projeto, Samuel Henrique Barboza dos Santos e Arthur Roldão Lourenço. Premiação no Paraguai. Foto- Arquivo pessoal

Premiações

O trabalho vem sendo desenvolvido pelo grupo de pesquisadores desde março de 2016. Foi apresentado em eventos e conquistou prêmios. Ficou com o 1º lugar na Categoria de Ciências Sociais EXPOCIENTEC, uma das maiores feiras de Ciências e Tecnologia da América Latina, que este ano aconteceu no Paraguai. O trabalho foi selecionado para ser apresentado no evento internacional durante a 1ª edição da Feira Mineira de Iniciação Científica (FEMIC).

O projeto foi reconhecido também com o 1º lugar na categoria de inovação tecnológica na 26ª META (Mostra Específica de Trabalhos e Aplicações) do CEFET-MG, em Timóteo; recebeu premiação na SBPC Jovem que aconteceu na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e o 1º lugar no desafio MOVILE sobre aplicativos móveis e realidade aumentada/virtual,  na VI Mostra de Trabalhos de Cursos Técnicos (COTUCA-Unicamp).

“O trabalho abriu portas para eles. Vão fazer vestibular na área e já terão bagagem profissional. Eles ficaram felizes em pode escrever um projeto, receber uma bolsa para pesquisar e estão cheios de coisas para colocar no currículo Lattes”, conta Rosana Nunes.