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Equipamento dispensa instalações hidráulicas. Foto: Alexandre Morais

Um climatizador com capacidade de resfriar, umidificar, purificar, odorizar o ar e que pode ser levado para qualquer lugar. O sonho dos calorentos de plantão foi realizado por pesquisadores do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG/Araxá). O professor do Departamento de Eletromecânica, doutor Alexandre Morais de Oliveira, e o estudante de Engenharia da Automação Industrial, José Gaspar, criaram o “climatizador pessoal evaporativo”, que dispensa instalações hidráulicas.

“O equipamento é pequeno, leve e pode ser colocado em cima de qualquer plataforma, por exemplo, em mesa de escritório ou cômoda. A prospecção de custo de produção e fabricação é bastante inferior aos climatizadores disponíveis no mercado. Não é necessária a utilização de bomba para a circulação da água, o que traz ineditismo ao climatizador, além da questão da portabilidade. Outra vantagem é o baixo consumo, pois é necessária energia apenas para alimentar um pequeno ventilador de 10 watts”, explica o professor.

Para o funcionamento do equipamento, é preciso energizá-lo na rede elétrica, encher o compartimento de água até o nível indicado e acionar o potenciômetro do ventilador. São suficientes 250 ml de água para 3 horas de funcionamento.

A fabricação deste gabinete do climatizador foi feita em impressora 3D Foto: Alexandre Morais

Princípios e tecnologia

O aparelho usa a porosidade de materiais para absorver a água. À medida que o ar passa pelo material poroso, ele deixa o equipamento com a umidade mais alta e temperatura mais baixa, promovendo o resfriamento evaporativo e propiciando o conforto térmico.

De acordo com o professor Alexandre Morais, o climatizador usa água como fluido de troca de calor com o ar e trabalha com efeito capilar, por isso dispensa o uso de qualquer tipo de bomba.

Quando a água é inserida, os poros se enchem de líquido devido à capilaridade existente do material. O ar, forçado por um ventilador, passa pelos canais porosos absorvendo umidade na medida em que ocorre a queda da temperatura do fluxo de ar.

História

O climatizador é resultado de uma pesquisa de aproximadamente 11 anos. A primeira patente “Equipamento de Resfriamento Evaporativo Cerâmico” foi publicada no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) em 2006, como fruto do trabalho de doutorado do professor Alexandre Morais. Já os primeiros protótipos dos “Climatizadores do tipo Individual” foram gerados em 2013, com gabinetes fabricados em vidro.

Em 2016 surgiram os primeiros modelos utilizando impressora 3D para gerar os gabinetes. Também em 2016, foi feito o pedido de patente no INPI de Modelo de Utilidade “Ar Natural – Climatizador Evaporativo Portátil de Mesa”, no qual a FAPEMIG é co-titular junto com o CEFET-MG.

O equipamento também está inserido em um projeto de pré-incubação e poderá chegar ao consumidor. O objetivo é desenvolver um plano de negócios que forneça parâmetros de investimento para montagem de uma linha de produção em larga escala.

Luana Cruz

Mãe de gêmeos, doutoranda e mestre em Estudos de Linguagens pelo Cefet-MG. Jornalista graduada pela PUC Minas. É professora em cursos de graduação e pós-graduação.

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