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Tecnologia social: Luz que gera água limpa

A interação entre ciência e comunidade tem sido cada vez mais estimulada, tendo em vista a necessidade de se desenvolverem produtos, técnicas e/ou metodologias que levem à resolução de problemas e à transformação social. Pensar a ciência num contexto de inclusão social, de promoção do desenvolvimento sustentável e de geração de trabalho e renda tem tido como resultado o desenvolvimento de tecnologias sociais.

Durante a 67a edição da SBPC, um interessante exemplo dessa abordagem foi apresentado pela pesquisadora Denise Machado Duran Gutierrez, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA). O equipamento, que tem como fonte de energia a luz solar e utiliza a luz ultravioleta para tornar a água potável, atende as comunidades remotas da Amazônia, que não têm acesso nem a energia elétrica, nem a água potável.

“Sabemos que as crianças de 0 a cinco anos, especialmente as que vivem em condições de saneamento muito ruins, como é o caso do interior da Amazônia, estão mais propensas a doenças infectocontagiosas, adquiridas através da água. Então, esse equipamento é um importante aliado no combate à mortalidade infantil, pois elimina o material biológico presente na água e que causa as doenças de veiculação hídrica”, explica.

Pesquisadora Denise Gutierrez explica o funcionamento do equipamento na 67a reunião anual da SBPC.
Pesquisadora Denise Gutierrez explica o funcionamento do equipamento na 67a reunião anual da SBPC.

Conforme relatado pela pesquisadora, os procedimentos inicias do equipamento funcionam da mesma forma que os processos tradicionais de filtragem, cujo objetivo principal é clarificar a água. Após essa etapa é que água passa pelo “bombardeamento” de ultravioleta para, então, tornar-se potável.

“O ultravioleta incide sobre o DNA, todo ser vivo tem DNA, e ele vai causar alterações de tal monta que o microrganismo presente na água não consegue se reproduzir. Há um tipo de fragmentação, de mutação ali e esses microrganismos morrem por ação do ultravioleta. Após esse processo, essa água está adequada para ser consumida”, explica Denise.

A pesquisadora destaca ainda o fato de o equipamento ter sido desenhado para consumo coletivo, produzindo 400 litros por hora, o que permite o atendimento de 12 a 15 famílias. Até o momento, 30 equipamentos já foram instalados em reservas de desenvolvimento sustentável e terras indígenas. A comercialização do equipamento, atualmente, é feita pela empresa QLuz EcoEnergia.

“A pesquisa teve duração de 10 anos no INPA, sendo que o arranjo tecnológico foi transferido no ano passado. Até então, estávamos implantando, interagindo com as comunidades, fazendo toda a parte de prova de campo, qualidade da água. A Qluz foi uma empresa que comprou o direito de reproduzir o equipamento comercialmente. Agora, cabe ao Ministério da Saúde, do Desenvolvimento Social, integrarem aos seus programas de saneamento, de apoio à sociedade, esse tipo de dispositivo”, pontua Denise.

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