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Print da página inicial do site , que contém alguns exemplos de trabalhos realizados por estudantes do curso de Controversy Mapping, da SciencesPo.
Print da página inicial do site , que contém alguns exemplos de trabalhos realizados por estudantes do curso de Controversy Mapping, da SciencesPo.

Cada vez mais a ciência e a tecnologia fazem parte da vida dos cidadãos. De uma forma ou de outra, vemo-nos mergulhados em informações disseminadas através de fontes diversas como periódicos científicos, jornais, revistas, sites e redes sociais.

Muitas vezes, para poder nos posicionar a respeito de determinados assuntos, recorremos à informação difundida nos canais acima citados, porém, em alguns momentos, não obtemos sucesso.

Isso pode ocorrer porque as fontes consultadas não fornecem informações de qualidade – tanto em termos de aprofundamento quanto em relação às múltiplas visões sobre o tema – ou porque não estamos preparados para enxergar determinadas discussões a partir da complexidade e controvérsia que lhes são características.

Pensando nisso, um grupo de pesquisadores reunidos no MediaLab da SciencesPo, França, desenvolveu uma metodologia que busca mapear a controvérsia existente em determinado campo científico para, então, a partir de ferramentas de visualização de dados, apresentar a discussão em toda sua complexidade.

A Controversy Mapping (Mapa de Controvérsias) é bastante ousada e não menos essencial. De acordo com o material disponibilizado pelo grupo na web, o foco principal da metodologia é:

“oferecer aos estudantes e cidadãos meios para navegar no universo incerto das crescentes controvérsias sócio-técnicas. Nosso principal objetivo é levar em consideração as características mais discutíveis e discutidas de certas escolhas políticas e comerciais, considerando os aspectos complexos, ao mesmo tempo científicos e políticos, desses questionamentos, e sua rápida midiatização em diferentes formatos, bem como a intervenção de uma ampla variedade de grupos, que se baseiam em argumentos heterogêneos.”

A ideia, segundo o grupo, não é reduzir a complexidade, mas construir ferramentas que permitam observar e analisar essas questões, que se desenrolam nos meios digitais, em diferentes escalas.

No artigo “Three Maps and Three Misunderstandings: A Digital Mapping of Climate Diplomacy”, de Venturini et al, publicado no periódico Big Data & Society, podemos conhecer um pouco mais a metodologia, bem como o potencial de discussão e produção de conhecimento que ela pode propiciar.

Vale muito a leitura!

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Resumo do artigo: Three Maps and Three Misunderstandings: A Digital Mapping of Climate Diplomacy
(tradução nossa)

Este artigo propõe uma análise original do debate internacional sobre mudanças climáticas, através da utilização de métodos digitais. Sua originalidade se assenta em dois aspectos. Primeiramente, analisa um corpus de relatórios que abrange 18 anos de negociações internacionais sobre o clima, um conjunto de dados nunca antes explorado através de técnicas digitais. Esse corpus é particularmente interessante porque fornece um relato mais consistente e detalhado das negociações da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática. Em segundo lugar, neste trabalho, foi testada uma abordagem original para análise de texto, que combina extrações automáticas e seleção manual de palavras-chave. Através dessa abordagem mista, procuramos obter resultados relevantes, sem a imposição deles em nosso corpus. A originalidade do nosso corpus e da nossa abordagem incentivou-nos a questionar alguns dos hábitos de pesquisa digital e a enfrentar três equívocos comuns sobre os métodos digitais, que discutimos na primeira parte do artigo (seção ‘Três mal-entendidos sobre os métodos digitais em ciências sociais’ ). Além de refletir sobre a metodologia, buscamos também oferecer alguma contribuição substancial para a compreensão da diplomacia climática moldada pelas Nações Unidas. Na segunda parte do artigo (seção ‘Três mapas sobre as negociações climáticas’), apresentamos alguns dos resultados preliminares de nossa análise. Ao discutir três visualizações, analisamos a articulação temática das negociações climáticas, a ascensão e queda desses temas ao longo do tempo e a visibilidade dos diferentes países no debate.

Referência:
VENTURINI, T., BAYA-LAFFITE, N., COINTET, J., GRAY, I., ZABBAN, V., DE PRYCK, K. Three Maps and Three Misunderstandings: A Digital Mapping of Climate Diplomacy. Big Data & Society, vol. 1, no. 2, Jul-Dez 2014.

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