Hoje, dia 14 de novembro, celebra-se o Dia Mundial do Diabetes. A data tem o intuito de alertar, conscientizar e educar os cidadãos para os sintomas, a prevenção e o tratamento da doença. De acordo com dados da Federação Internacional de Diabetes (IDF – International Diabetes Federation), o número de pessoas com diabetes tipo 2 – que, diferentemente do diabetes tipo 1, pode ser prevenido – já ultrapassa os 250 milhões em todo mundo. Sendo assim, especialistas apontam para a importância de se levar o tema para a sociedade. Não apenas com o intuito de educar a população, ajudando no diagnóstico precoce e tratamento adequado, mas também para que a sociedade civil se mobilize e cobre dos governos políticas públicas eficientes para a prevenção, identificação e tratamento adequados da doença.
O diabetes tipo 2, mais prevalente na sociedade, tem uma origem diferente do diabetes tipo 1 que, em geral, acomete crianças, adolescentes e adultos jovens. O diabetes tipo 2 está bastante relacionado a maus hábitos de vida. Segundo o endocrinologista pediátrico Rafael Machado, há a questão da herança familiar na manifestação do diabetes tipo 2, porém, se a pessoa é sedentária, está muito acima do peso e come mal, há um aumento do risco de que a doença se manifeste.
“Como grande parte das pessoas que tem o diabetes tipo 2 descobrem a doença muito tardiamente, elas já tem as complicações da doença. Para se ter uma ideia, mais ou menos 50% das pessoas que têm o diabetes, não sabem que têm. A hiperglicemia é muito silenciosa. Como você ainda produz a insulina, porque o que há é uma resistência, essa insulina torna-se ineficiente, mas ela ainda dá conta de manter o funcionamento do organismo. No entanto, as hiperglicemias, que acontecem, principalmente, durante a noite e outros em outros períodos do dia, como após as principais refeições, onde há um consumo maior de carboidratos, são responsáveis por danos aos tecidos. E esses danos em tecidos como rins, artérias, nervos provocam muitos problemas para as pessoas”, afirma.
Com relação ao diabetes tipo 1, o desencadeamento da doença é mais repentino e pode incluir sintomas como:
- Sede excessiva
- Rápida perda de peso
- Fome exagerada
- Cansaço inexplicável
- Muita vontade de urinar
- Má cicatrização
- Visão embaçada
- Falta de interesse e de concentração
- Vômitos e dores estomacais.
Tais sintomas também podem ser identificados em pessoas com diabetes tipo 2, no entanto, são menos evidentes. Crianças com diabetes tipo 2 podem apresentar esses sintomas de forma moderada ou mesmo não apresentar sintoma algum.
Há muitos estudos e pesquisas sobre a doença, porém, não se sabe ao certo por que algumas pessoas desenvolvem o diabetes tipo 1. Existe, como no diabetes tipo 2, uma predisposição genética, porém, ela não é determinante. Há casos em que algumas pessoas nascem com genes que as predispõem à doença, mas que não têm o diabetes.
Diagnosticada a doença, o diabetes exige uma série de cuidados que são para o resto da vida, tanto para o paciente, quanto para a família. No entanto, o que inicialmente pode parecer bastante complicado, pode tornar-se mais simples e eficiente, através de uma abordagem multidisciplinar, empenhada na educação e na capacitação, tanto do paciente quanto da família. Essa abordagem provoca, dentre outras coisas, redução nas complicações crônicas da doença, levando maior qualidade de vida aos pacientes e reduzindo os gastos na área de saúde. Daí a necessidade de conscientização e alerta sobre a doença, não apenas entre o público em geral, mas também entre profissionais da área de saúde.
Em nossa próxima postagem sobre o tema, abordaremos a experiência, pioneira no país, do Mestrado Profissional em Educação em Diabetes, oferecido, desde 2012, pelo instituto de Ensino e Pesquisa Santa Casa BH.