Animais pequenos enxergam o mundo em câmera lenta
Você está no quarto, deitado na cama, lendo um livro. De repente, você ouve aquele zumbido alto, que te dispersa da leitura. Ele passa perto do seu rosto, você abana com as mãos e continua a ler. Dois minutos depois, ele volta a te incomodar. Você procura aquele pernilongo que tanto te atrapalha e tenta matá-lo. Ele escapa. Você tenta de novo e, mais uma vez, ele foge. E você lembra que matar um simples inseto como esse não é tão fácil assim. Quantas vezes essa cena já não aconteceu mesmo com você?
Um estudo publicado na Animal Behaviour mostrou que essa agilidade acontece porque animais pequenos veem o mundo em câmera lenta. Algumas espécies de moscas reagem mais de quatro vezes mais rápido do que o ser humano. Pombos, esquilos e pássaros também fazem parte da lista que percebem o mundo dessa forma, o que permite mais rapidez para escapar de predadores. Esses animais conseguem ver mais informações em um segundo do que um elefante, por exemplo.
Para os pesquisadores, perceber certos movimentos com essa rapidez pode ser a diferença entre a vida e a morte para organismos que se movem mais rápido. E em animais de grande porte, foi constatado o efeito contrário.
Várias espécies foram estudadas. Nelas, os cientistas coletaram dados por meio da técnica perimetria flicker, que é usada para medir a velocidade em que o olho processa a luz. Se essa frequência é inferior a quatro piscadas por segundo, os flashes não serão como quadros, mas como uma luz constante. Num gráfico montado a partir dessa coleta, foi descoberta a relação entre o tamanho do corpo e a rapidez com que o olho responde às mudanças na informação visual.
No caso dos seres humanos, essa velocidade de percepção de movimentos varia de indivíduo para indivíduo, de acordo com a idade e, até mesmo, de profissão para profissão. Atletas e jovens, por exemplo, têm mais facilidade com reflexos.
Certos isópodes marinhos têm a reação mais lenta conforme as pesquisas e consegue perceber a luz se apagando e se acendendo quatro vezes por segundo, apenas. Os pesquisadores concluíram, também, que existe um universo de detalhes que somente alguns animais conseguem perceber.
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