O que é a vida? “Sabemos que uma pedra não é viva. Rato, aranha e formiga são coisas vivas. Vida não precisa ter movimentos. As plantas, por exemplo, são vivas, mas não se movem”, exemplifica o professor Eduardo Janot Pacheco, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (USP), ao falar sobre a descoberta que pode indicar a presença de vida em Vênus.
Em setembro de 2020, cientistas dos Estados Unidos, do Reino Unido e do Japão identificaram, na atmosfera do planeta vizinho, uma substância produzida por seres vivos na Terra. Fedida e tóxica, a “fosfina” chamou a atenção porque, embora também esteja presente na poluição e nas fumaças de chaminés, pode estar sendo produzida, em Vênus, por um tipo de vida bacteriana.
Cientistas vão pesquisar, agora, se existe algum processo químico – sem ajuda de um ser vivo – que possa produzir a fosfina descoberta na atmosfera de Vênus, onde não existem fábricas para poluir…. Afinal, só pela presença desse gás tóxico, não podemos afirmar, ainda, que encontramos ETs venusianos. “É como o pum de um bicho. A gente só tem que descobrir se tem bicho lá, mesmo”, explica o professor Wagner Corradi, do departamento de Física da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e atual diretor do Laboratório Nacional de Astrofísica LNA-MCTI.
Problemas
As chances de encontrar vida em Vênus eram consideradas baixas porque lá chove ácido sulfúrico o tempo todo. A superfície do planeta é pura lava, com temperaturas altíssimas, que variam de 400 a 500 graus Celsius. Com solo muito quente e atmosfera bastante espessa, é como se tudo estivesse coberto por um grosso edredom, que segura todo o calor por ali.
“Já mandamos sondas para lá, mas elas logo derretem e se desintegram”, conta o professor Janot.
Vênus é quente, mesmo!
Diante da descoberta da fosfina na atmosfera, imagina-se que a substância esteja sendo produzida por bactérias que vivem em determinada altura, onde estariam “protegidas” do ácido sulfúrico e da radiação ultravioleta do Sol, em temperatura mais “amena”, que pode variar de 0 a 40 graus Celsius.
“O que foi encontrado é uma indicação: opa! Deve haver um micróbio, uma bactéria, muito leve e pequeniníssima, sobrevivendo nessa camada muito alta da atmosfera, e produzindo a fosfina”, conta Wagner Corradi.
Cientistas sabem que toda molécula vibra e libera energia. Por isso, tiveram a ideia de olhar para Vênus e observar, daqui da Terra, se havia fosfina vibrando por lá. Para isso, usaram telescópios muito especiais e precisos: um no Havaí – pertencente aos EUA – e outro no deserto do Atacama, no Chile, comandado pelos europeus. Acharam, então, a radiação, ou seja, essa dança vibrante da fosfina na atmosfera de Vênus. Se a substância está lá, se não estiver sendo produzida por seres vivos, quem é que a produz? Bingo! Talvez, eles tenham encontrado indícios de vida extraterrestre!
“Todos os estudos científicos seguem um método para provar como as coisas funcionam. Se chegarmos à conclusão de que não dá para fazer fosfina sem um ser vivo em Vênus, então, a chance de que seja vida produzindo isso por lá é quase certa”, explica o professor Janot, que acha bastante provável que, realmente, haja vida em outros planetas – a gente só não comprovou ainda!
“Temos que ter o espírito aberto para entender que também há outras formas de vida, diferentes das que conhecemos. Suspeitamos que exista vida no subsolo de Marte, pois há muita água, que tem relação com a vida. Daqui a dois anos, vamos mandar um robozinho lá, para ver se tem micróbios no subsolo”, completa.
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