Se você tem um coleguinha que costuma ficar mais na dele, não é muito de conversa, nem interage com as outras pessoas, ele pode ter Transtorno do Espectro Autista (TEA). Para quem não sabe, trata-se de condição de saúde caracterizada pelo déficit de comunicação social, expresso em dificuldades relacionadas à socialização, à convivência etc.
Além disso, suas atitudes comportamentais podem ser marcadas, principalmente, por interesses específicos, com aparente frieza emocional e dificuldade de foco em certas atividades. Hoje, os estudos buscam encontrar modos de realizar diagnósticos mais precisos e antecipados do TEA, além de ajudar a melhoria da qualidade de vida
Uma dessas pesquisas foi realizada por Adilmar Coelho Dantas, que, em seu doutorado em Ciência da Computação, na Universidade Federal de Uberlândia, a UFU, desenvolveu o jogo Michelzinho. Com foco em pessoas com autismo, o game simula a inteligência humana, por meio de técnicas avançadas de análise de dados e processamento digital de imagens, que permitem a identificação e a classificação, em tempo real, das emoções dos jogadores.
Assim, o jogador pode reconhecer e expressar emoções básicas, como alegria, tristeza, raiva, medo, desgosto e surpresa, pelo smartphone ou via computador. De forma lúdica, o game envolve o personagem virtual Michelzinho, que desenvolve essas habilidades sociais.
Ao entrar no jogo, o usuário pode treinar habilidades emocionais e sociais, ao reconhecer as emoções por meio de fotos e animações em 3D.
“Criei diversos cenários interativos e situações, para que a criança possa aprender as emoções e, posteriormente, aplicá-las na realidade. Nesses cenários, são trabalhadas aquelas de difícil desenvolvimento para públicos com TEA”, explica Adilmar, ao lembrar que o jogador precisa, por exemplo, fazer mímicas faciais ou expressões referentes à emoção solicitada, com captação pelas câmeras do celular ou do computador.
A ideia do jogo surgiu com o projeto de doutorado de Adilmar, que notou a dificuldade enfrentada pelo público com autismo em interpretar e expressar emoções. A partir daí, ele buscou desenvolver cenários interativos, para que as crianças pudessem aprender e aplicar tais sentimentos. “Elas têm maior possibilidade de criar, desenvolver e manter, naturalmente, interações sociais com outros indivíduos”, acredita o pesquisador, ao destacar que a iniciativa contou com apoio de profissionais da área de Psicologia.
Atualmente, Michelzinho conta com mais de 20 mil downloads e 500 mil partidas jogadas.
“Qualquer pessoa pode jogar, mesmo sem limitações neurológicas. Os feedbacks também têm sido bem positivos por parte dos pais e especialistas”, conta.
Vale lembrar que o jogo é gratuito, que pode ser baixado para Android e PC.
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