No passado, eles já foram classificados como plantas e até aproximados aos animais, mas os fungos têm características tão peculiares que ganharam seu próprio reino: o Fungi! Nesse mundo fascinante, há um tipo que é até fácil de encontrar no nosso dia-a-dia, os cogumelos! Você já viu ou já comeu um?
Na Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), a professora Janaína Fernandes Gonçalves, do Departamento de Engenharia Florestal, é uma microbiologista que realiza pesquisas de biotecnologia e utiliza fungos e bactérias para diversos estudos. Mas ela também tem muitos projetos em escolas, e leva experimentos para inspirar professores e alunos a se aventurarem nesse maravilhoso mundo das descobertas científicas.
A professora desenvolve o Programa Núcleo de Estudos FlorArte: Engenharia Florestal COMCiência e Arte, que tem um perfil super bacana no Instagram, segue lá:
Congumelo é uma paixão minha! Sempre que estamos em campo e eu me deparo com cogumelos no caminho, tiro foto e faço exposições. Nas escolas, aproveito para falar da importância dos fungos, especialmente nas Ciências Agrárias. 99% dos fungos são benéficos e trazem muitas coisas boas pra gente: há cogumelos alimentícios, alguns contribuem para a fabricação de queijos e iogurtes, por exemplo.
Janaína Fernandes Gonçalves, da UFVJM
A gente entrevistou a professora Janaína para entender melhor os fascinantes cogumelos e que cuidados a gente deve ter ao se deparar com eles na natureza.
Professora Janaína: Sim. Os cogumelos são fungos que produzem corpos de frutificação complexos e frequentemente macroscópicos. Eles pertencem ao reino dos fungos, assim como os mofos, os bolores e as leveduras (fungos unicelulares).
Professora Janaína: Os cogumelos podem se dividir, de acordo com cada espécie, em comestíveis, alucinógenos e venenosos. Ou seja, há um lado benéfico e outro maléfico dos fungos.
No benéfico, temos os cogumelos comestíveis. Todo mundo já ouviu falar do champignon, que é o Agaricus campestris. Existe uma ficção em torno do “cogumelo do sol”, que ele ativa o sistema imunológico. Não é bem assim! O cogumelo é um suplemento alimentar que, quando é produzido de maneira correta, torna-se um suplemento bom, dependendo da espécie.
Outros tipos de cogumelos comestíveis são o shiitake e o shimeji.
Para evitar qualquer risco de contaminação e do consumo de espécies venenosas, o ideal é comprá-los em redes especializadas, em supermercados ou com fornecedores confiáveis. As espécies cultivadas são altamente confiáveis.
Nesses locais, os tipos de cogumelo mais comuns são:
Professora Janaína: Os cogumelos alucinógenos também podem ser referidos como cogumelos mágicos, liberam drogas neurolépticas, que vão atuar diretamente no sistema nervoso central. São tipos de fungos que crescem nos solos e que possuem substâncias psicoativas capazes de promover alterações em regiões do cérebro e alterar a percepção da pessoa sobre as coisas que estão a sua volta.
Já os cogumelos venenosos não vão causar infecção, mas um processo de intoxicação, chamado micetismo, que são intoxicações pela ingestão de fungos, cogumelos. Dependendo da espécie, a intoxicação pode atingir sistema nervoso, gerar distúrbios intestinais, vômito, diarreia, convulsões, alucinações e ser fatal.
Então, todas as vezes que você ouvir falar que uma pessoa ou um paciente ingeriu cogumelo venenoso ou está apresentando um quadro de micetismo, você saberá que este quadro é um processo de intoxicação e não infecção.
Lembra do cogumelo do Mário? Aquele que dava vida pra ele? Oficialmente, o cogumelo se chama Amanita muscaria. Basicamente, todas as suas partes são altamente psicoativas. O nome do princípio ativo é Muscimol. O problema é que, as substâncias deste fungo podem ser bastante perigosas. Amanita muscaria é uma espécie de cogumelo que cresce amplamente em quase todos os lugares do hemisfério norte. É listado como venenoso na maioria das fontes de micologia e seu uso não é comum porque seus efeitos podem ser um tanto desagradáveis, embora tenha sido usado tradicionalmente por várias culturas. Existem relatos conflitantes sobre se alguma vez houve uma fatalidade causada por ele; então, a dica é ter muito cuidado! Pode ser venenoso em altas doses ou para indivíduos sensíveis. Sua propriedade mais intoxicante está presente no ácido ibotênico que pode ser retirado do cogumelo secando ele frente a um forno aberto.
Janaína Fernandes Gonçalves, da UFVJM
Professora Janaína: Em jardins, parques e florestas, normalmente nos meses de outubro e novembro, que são meses chuvosos, é muito comum encontrarmos cogumelos, pois é uma área rica em nutrientes, folhas e matéria orgânica.
Para distinguir bem os cogumelos silvestres tóxicos dos cogumelos comestíveis, é importante conhecer bem as espécies.
Como o consumo de cogumelos virou tendência, se encontrarmos cogumelos no jardim ou em parques e florestas, não é recomendado retirá-lo do seu local de origem. Primeiro, porque ele está desempenhando um papel ecológico naquele ambiente. Segundo, a colheita pode se tornar perigosa para quem não conhece.
A recomendação, então, é não mexer com os cogumelos sem ter conhecimentos, uma vez que muitos são tóxicos e algumas espécies como Amanita phalloides podem ser mortais, se ingeridos.
Janaína Fernandes Gonçalves, da UFVJM
Caso encontre cogumelos no jardim ou em parques, siga as dicas da professora Janaína:
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