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Você já ouviu falar em rios voadores?

Rios que voam? Essa ideia parece um pouco absurda, não é? Mas, os rios voadores existem e são muito importantes para o planeta! Mas o que são esses tais rios voadores?

Quem responde a essa pergunta é Eneida Eskinazi Sant’Anna, professora de Ecologia Aquática da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Ela explica que os voadores estão relacionados ao fluxo atmosférico de água, sobretudo na forma de vapor d’água, que tem origem na floresta amazônica.

“Essa água atmosférica é formada por meio do processo de “evapotranspiração”. Esse processo nada mais é do que a perda de água por evaporação do solo e da transpiração das plantas. As plantas perdem água para a atmosfera por transpiração e essa água passa então para a atmosfera sob a forma de vapor“, comenta a professora.

Umidade e chuva

Eneida explica, ainda, que os rios voadores têm sido bastante estudados em locais onde há restos de florestas. Os pesquisadores buscam, nessas regiões, entender como as florestas remanescentes influenciam no ciclo da água e no controle climático.

Por se concentrarem na atmosfera, os rios voadores são muito importantes para levar umidade e chuva a áreas distantes de onde são formados. Os rios voadores que têm origem na Amazônia, por exemplo, conseguem percorrer longas distâncias e são responsáveis pela umidade e chuva da região sudeste e centro-oeste do Brasil.

“Sem esse transporte atmosférico de água, parte essencial da água produzida nas florestas estaria presente apenas onde existem florestas. Dessa forma, a água que sai das florestas e viaja através da atmosfera conecta várias partes do planeta, incluindo cidades, oceanos, plantações e montanhas“, explica Eneida.

Desmatamento da floresta pode acabar com rios

Com o desmatamento de nossas florestas os rios voadores estão ameaçados, informa a professora. Isso porque o processo de desflorestamento impacta em dois importantes aspectos na formação dos rios voadores.

O primeiro deles é a saída de água do solo, que, após o desmatamento, perde a capacidade de reter água. O outro aspecto é a própria floresta que, ao ser desmatada, perde a capacidade de água para atmosfera.

Mariana Alencar

Jornalista graduada pela UFMG (2015) e mestre em Textualidades Midiáticas na mesma universidade. Graduada também em Geografia (2011) pela UFMG. Atualmente, integra a equipe do PCCT desenvolvendo reportagens para a revista Minas Faz Ciência e Minas Faz Ciência Infantil.

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Mariana Alencar

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