No dia 22 de agosto, foi comemorado, no Brasil, o “Dia do Folclore”. A gente publicou, aqui, uma reportagem bem legal, para falar das curiosidades sobre essa data importante para nossa história. Mais legal ainda foi receber uma superdica do leitor Gustavo de Castro, que nos estimulou a apresentar outras tantas lendas brasileiras, ligadas à imaginação coletiva de nosso povo.

Você já ouviu falar, por exemplo, do Arranca-língua? E do Anhangá? Não?! Assim como o Saci-pererê e a Cuca, essas duas criaturas são bastante conhecidas de pessoas que vivem em cidades do interior. Gorila enorme, que se alimenta de línguas de outros animais, o Arranca-língua é famoso, principalmente, no Estado de Goiás. Já o Anhangá é um ser indígena que faz mal para várias e várias pessoas!

Identidade cultural

E por que é importante conhecer essas histórias?

Antes de responder, é bom lembrar que essas criaturas só existem na imaginação das pessoas! No mais, as saborosas lendas do folclore são contadas, de geração a geração, e se modificam com o passar do tempo – de maneira a dar forma à identidade de nossa cultura.

“Nosso País tem imigrantes de vários nações. Somos uma mistura de culturas. Quando esses povos passam a compartilhar uma história, cria-se um elemento comum entre eles. Tal elemento é responsável por dar força a nossa identidade”, explica Gustavo de Castro.

Lendo lindas lendas!

Vamos conhecer mais sobre outras incríveis figuras de nosso folclore?

Negrinho do Pastoreio

Lenda, ao mesmo tempo, cristã e africana, a história deste personagem, nascida no Sul do Brasil, tem sua origem no fim do século XIX. Trata-se da lenda do garoto escravo que, após maus tratos, é jogado em um formigueiro. No dia seguinte, o fazendeiro malvado, que o açoitara, encontra-o vivo e ao lado de Nossa Senhora.

A lenda do Negrinho do Pastoreio é popular no Sul do Brasil (Wiki/Divulgação)

A lenda do Negrinho do Pastoreio é popular no Sul do Brasil (Wiki/Divulgação)

 

Mapinguari

Lenda originária dos índios da região amazônica. Segundo os caboclos, o Mapinguari, gigante peludo, com um olho na testa e a boca no umbigo, vive dentro da floresta. Diz a história que, ao atingirem certa idade, os índios evoluem e se transformam na personagem. Há quem diga que seus pés têm formato de uma mão de pilão.

Pisadeira

Suas origens remontam a São Paulo e Minas Gerais. A personagem é uma mulher, que, durante a madrugada, pisa na barriga das pessoas com estômago cheio, para que sintam falta de ar. Pisadeira é magra, com dedos compridos e secos, unhas enormes, sujas e amareladas. Além disso, tem pernas curtas, cabelo desgrenhado e nariz bem grandão.

Corpo-seco

Personagem do comum no interior em São Paulo, Minas Gerais e na região Centro-Oeste. Corpo-seco foi um homem malvado, que gostava de prejudicar as pessoas, e chegava a bater na própria mãe. Depois de sua morte, foi rejeitado por Deus e pelo diabo. Por isso, passou a viver como alma penada, a secar troncos de árvores e assombrar as pessoas.

O Corpo-seco é uma criatura assustadora que vive como alma penada. (Assombrado/Divulgação)

O Corpo-seco é uma criatura assustadora que vive como alma penada. (Assombrado/Divulgação)

(Mariana Alencar e Maurício Guilherme Silva Jr.)