Dá para imaginar que o veneno de uma cobra pode salvar as pessoas de uma doença? Cientistas do Instituto de Ciências Biomédicas (Icbim) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) descobriram que o veneno da cascavel pode ser 97% eficaz no combate ao vírus da Hepatite C. Vamos explicar direitinho esta descoberta!
Primeiramente, é preciso dizer que a Hepatite C é uma doença silenciosa, na fase inicial. A pessoa terá inflamações no fígado por longos períodos, mas pode ficar sem sintomas. A transmissão se dá, principalmente, por meio do sangue contaminado. Isso pode acontecer quando objetos cortantes, como alicate e agulha, são compartilhados e ao contato com o sangue de alguém infectado pelo vírus.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma em cada 20 pessoas com Hepatite Viral, isso inclui os tipos A, B, C, D e E, sabe que está doente. No caso da Hepatite C, os sintomas podem até aparecer de maneira mais intensa ao se manifestarem depois de um tempo. Nesse caso, o doente poderá desenvolver cirrose e a perda de funções do fígado.
Tratamento
Não existe vacina para prevenir a Hepatite C, mas existem tratamentos com remédios. A expectativa dos pesquisadores da UFU é desenvolver um novo medicamento a partir dos compostos do veneno da cascavel.
Os cientistas isolaram proteínas do veneno e avaliaram a capacidade dessas estruturas químicas em “frear” o vírus da Hepatite C. Tudo isso foi feito nos laboratórios da universidade num trabalho que começou em 2013.
A pesquisa reúne uma equipe de cientistas da Universidade Federal de Uberlândia (UFU); Universidade de São Paulo (USP), Campus Ribeirão Preto e da Universidade Estadual Paulista (Unesp).
Na investigação é usado o veneno de cascavel da espécie Crotalus durissus terrificus, conhecida como cascavel-de-quatro-ventas, boiçununga ou maracambóia. As células colocadas para “interagir” como veneno são infectadas pela Hepatite C e derivadas de um fígado humano. Daí, os pesquisadores observam se ocorre a inibição do vírus.
Segundo os cientistas, os compostos do veneno da serpente agem tentando impedir a movimentação do vírus na célula do fígado. Assim, inibem a replicação do vírus.
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