Cientistas de Minas Gerais e São Paulo identificaram, recentemente, uma nova espécie de anfíbio à beira do Rio Araguaia, em Mato Grosso. É uma perereca que foi batizada de Pithecopus araguaius. Ela vive em regiões de Cerrado e já foi encontrada também na Chapada dos Guimarães, território mato-grossense.

Arquivo dos cientistas/Divulgação

Foto: Arquivo dos cientistas/Divulgação

A descoberta é parte de um estudo em parceria entre a Universidade Federal de Uberlândia e Unicamp.  De acordo com Ariovaldo Antonio Giaretta, cientista que liderou a pesquisa, uma das curiosidades sobre a nova espécie é canto dos machos. Durante um trabalho de campo, em 2010, ele avistou pela primeira vez o animalzinho.

Naquela ocasião, ao ouvir o canto dos machos no campo, já percebi que era algo inusitado e pensei que poderia ser uma espécie conhecida do Nordeste do Brasil”, conta o cientista. Uma aluna dele manifestou interesse em estudar anfíbios, a partir daí iniciaram a investigação sobre a identidade daquele pequeno bicho.

Milton Santos/Assessoria de Imprensa da UFU/Divulgação

Foto: Milton Santos/Assessoria de Imprensa da UFU/Divulgação

Os pesquisadores compararam a perereca com animais encontrados em outras regiões, mas viram que era bem diferente. O som emitido pelo Pithecopus araguaius serve para que a fêmea reconheça o macho. Além disso, araguaius tem a cabeça e o corpo de tamanho um pouco menor que suas irmãs do gênero Pithecopus. Tem também um padrão diferente de manchas no corpo.

Por que é muito legal descobrir uma nova espécie?

Estudos como este, chamados taxonômicos, ajudam no conhecimento a biodiversidade brasileira. Quando se tem conhecimento sobre uma espécie, é mais fácil preservá-la.

“Obviamente, as espécies existem na natureza, porém, somente procedimentos técnicos específicos permitem atribuição de nomes que condicionam a comunidade científica e política a se referir especificamente a elas com precisão e sem ambiguidades”, conclui Ariovaldo Antonio.

Saiba mais:

Anfíbios são animais vertebrados que vivem entre o meio aquático e o ambiente terrestre. O nome anfíbio vem do grego amphi – dos dois lados + bios – vida. Essa nomenclatura explica o fato desses bichos viverem uma etapa da vida dentro da água e outra na terra. Esses animais sempre mantêm uma forte vinculação com a água e dela não se afastam, pois precisam manter a pele úmida.

Estudos taxonômicos são aqueles que auxiliam na identificação de nomes dos animais, além de ajudar a criar uma classificação entre os bichos. Se você ainda não estudou o tema, fique atento! Se já estudou, relembre que os animais estão classificados em Reino, Filo, Classe, Ordem, Família, Gênero e Espécie.

Com informações da assessoria de imprensa da UFU.