Já ouviu falar em etnobotânica? Este nome estranho esconde uma ciência muito linda: o estudo de como as pessoas se relacionam com as plantas em suas vidas. Não é legal?
Se pararmos para pensar, todos os seres humanos, ao longo de sua história, mantiveram uma interação muito forte com o reino vegetal. Você mesmo já deve ter utilizado sementes ou folhas para construir alguma coisa ou brincar na natureza. Desta relação surgem objetos e outros produtos que contam histórias.
Para estudar como isso acontece surgiu a etnobotânica, ciência que reúne diversos tipos de profissionais, como antropólogos, botânicos, médicos e engenheiros.
Veja um exemplo:
Foto: divulgação
Este material incrível fica no Jardim Botânico da Fundação Zoo-Botânica de Belo Horizonte.
São utensílios, ferramentas, fibras, medicamentos, tecidos e outros objetos feitos de matéria-prima vegetal.
Segundo a bióloga e curadora da coleção, Inês Ribeiro, o acervo tem como objetivo valorizar a história do uso das plantas, bem como o conhecimento tradicional sobre elas.
“Essa coleção possui amplo valor antropológico, documental e educativo”, afirma a bióloga.
Isso quer dizer, que estes objetos nos ajudam a estudar e compreender como os mineiros e brasileiros utilizam as plantas no seu dia a dia ou como uma forma de expressão cultural.
“A coleção iniciou-se com o projeto de implantação da estufa de Caatinga do Jardim Botânico, em 2003, quando foram adquiridos alguns artefatos do Norte e Nordeste de Minas. Em 2005, o Jardim Botânico participou do programa “Plantas do Futuro”, dando novo impulso à coleção etnobotânica”, conta Inês.
A bióloga Karin Kaechele ajudou a ampliar e enriquecer a coleção. Sempre que viajava, trazia um objeto diferente.
“De Brasília, trouxe um ímã de geladeira feito com semente da árvore bolsa-de-pastor; do Pará, um boto cor-de-rosa feito com látex de seringueira; e, do Maranhão, uma bolsa tiracolo feita com folha de buriti”
Para a bióloga, a importância dessa coleção é mostrar
“para a população que as plantas fazem parte do nosso dia a dia, sendo utilizadas na medicina, indústria têxtil, de alimentos, de bebidas; como combustível (carvão, lenha); em instrumentos musicais, papéis, brinquedos etc.)”, exemplifica.
Além do Jardim Botânico de Belo Horizonte, são conhecidas as coleções do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, do Museu Paraense Emílio Goeldi, do Jardim Botânico de São Paulo e do Jardim Botânico de Salvador.
Já no exterior, algumas das maiores coleções etnobotânicas em termos mundiais: a do Royal Botanic Gardens, Kew, no Museum of Economic Botany, em Londres, que iniciou a coleção em 1847, e a Economic Botany Collection no Field Museum, em Chicago, EUA. Porém, são conhecidas muitas outras coleções no exterior, como no México e Colômbia.
* Com informações da Prefeitura de Belo Horizonte e Fundação Zoobotânica
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