Cauã, Esther, João Vítor e Iasmim são alunos da Escola Municipal Professora Modesta Cravo, que fica em Belo Horizonte. A turminha visitou a FAPEMIG para conversar com o professor e cientista Cássio Hissa, da UFMG, a Universidade Federal de Minas Gerais. Ele estudou Belas Artes, Música, Sociologia, formou-se em Geografia e continuou querendo mais, até fazer pós-doutorado em Portugal.
Apesar de ter estudado muito, você acredita que o Cássio acha que ainda sabe pouco sobre as coisas? O encontro dele com os entrevistadores mirins foi muito legal e trouxe um monte de informações novas para as crianças, que, como se fossem jornalistas, fizeram perguntas que estão na cabeça de muita gente. (Só que as respostas, às vezes, foram um pouco diferentes…) Quem começou a perguntar foi a Iasmim Andrade. Ela quis saber se é possível a Terra sair do eixo (Nossa! Será que sairíamos “rolando” pelo universo?). Ao invés de responder tim tim por tim tim, Cássio preferiu falar da expressão “sair do eixo” como uma metáfora.
“Se a gente for pensar no mundo, parece que tudo já saiu do eixo há um bom tempo”, comentou o professor.
Na opinião dele, muitas pessoas têm vivido situações difíceis, e, muitas vezes, não conseguem, por exemplo, ser felizes: “Você acha que, no mundo, as coisas estão no eixo? As pessoas parecem infelizes e estão um pouco mais Metáfora é quando a gente usa uma palavra (ou uma expressão) em um sentido que não é muito comum, revelando uma relação de semelhança entre duas coisas. Quer um exemplo? É como chamar um sorvete de “delícia geladinha”. distantes umas das outras. Os diálogos são cada vez mais escassos. Está tudo fora do eixo, ou não está?”. Mas, afinal, a Terra pode ou não sair do eixo? O professor confessou não saber exatamente o que aconteceria. A única certeza dele é que não haveria coisas boas para nós aqui na Terra (Viu, só? Os pesquisadores estudam muito, mas também não sabem tudo!).
A segunda pergunta foi feita pelo João Vitor, que quis saber quantas células existem em nosso corpo. Você também já pensou nisso? Bom, para responder à pergunta, o Cássio deu a seguinte ideia:
“E se trocássemos o corpo pelo oceano? Quantas gotinhas de água existem nele?”.
O João ficou pensativo nessa hora e, aí, o professor aproveitou e disse: “Será que importa contar quantas gotinhas existem ou saber que cada gotinha é um universo e que todas são diferentes? Acredito que só a compreensão do último fato já é importante demais. Isso porque é preciso aprender a lidar com as diferenças, principalmente, para que a ciência possa criar um novo modo de ver o mundo, construindo soluções para as pessoas viverem melhor”.
Logo em seguida, o Cauã Oliveira perguntou algo que desperta curiosidade em todo mundo: “Como era a vida na Terra na época dos dinossauros?”. Hummm… Essa questão é bem “cabeluda”, pois, como explicou o professor, saber exatamente como era a Terra naquele período é algo difícil de o homem responder. Afinal, como você já deve saber, a espécie humana ainda não existia. Não havia nenhum ser humano para ver e contar (ou desenhar, como faziam os homens primitivos) essa história.
Então, para entender do assunto, os cientistas, que gostam de estudar o tema, precisam usar uma coisa muito legal, que nós, humanos (em especial, as crianças), adoramos: a imaginação. (É, ser cientista exige muita vontade de imaginar as coisas!).
Mas, e o Big Bang?
Ah, é mesmo! Para comentar a pergunta da Esther, o professor fez um tanto de outras questões: se, de repente, houve uma explosão e tudo surgiu, qual foi o detonador que fez com que a vida existisse? O que fez com que tudo se colocasse, espacialmente, da maneira como se colocou? “Quando eu era menino, tinha uma preocupação imensa, louca, de o mundo, a Terra e tudo o mais se acabarem. Esse medo, que a gente carrega da infância – como o temor do escuro –, tem a ver com a ausência de respostas para questões essenciais para nós”, pensou o Cássio.
E acham que ele parou por aí? Nada disso! Veja só o que mais ele falou de importante: “A gente não sabe de que navio caiu, não sabe para onde a correnteza está nos levando. Na verdade, a única coisa que a gente precisa saber, e valorizar cada vez mais, é o fato de a nossa felicidade depender da felicidade do outro e vice-versa. Eu só posso ser feliz se todos os outros também forem” (Eu, se fosse você, dividiria essa ideia com seus amigos, viu?!).
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