Verônica Soares

Muito antes de você ter acesso ao computador, milhares de anos antes da invenção do smartphone, o homem das cavernas usava desenhos para se comunicar. Os rabiscos daquela época eram bem diferentes dos emojis que a gente encontra hoje no celular.

Na Idade da Pedra, esses traços estavam muito ligados aos rituais de caça e à religião.

“Uma cena de caça é como uma história em quadrinhos sem os balõezinhos, mas com um significado profundo para aquelas pessoas que viviam ali. Quando desenhavam, eles imaginavam que a caçada seria boa e acreditavam que isso realmente aconteceria”, conta o professor Angelo Carrara, que dá aulas de História na Universidade Federal de Juiz de Fora, também conhecida pela sigla UFRJ.

Os homens das cavernas ainda demorariam um tempo para usar o alfabeto, invenção avançada da comunicação entre os humanos. Foi aos poucos que o modo de se comunicar evoluiu, dos desenhos para outros símbolos.

À medida que as sociedades humanas tiveram sucesso na difícil arte de sobreviver, criaram novas ferramentas de relacionamento. Depois que aprenderam a cultivar o próprio alimento e a domesticar os animais, precisavam de algo que facilitasse a administração dos grupos de pessoas e os ajudasse, por exemplo, a controlar a quantidade de comida a ser produzida.

O calendário é uma das invenções que nasceu junto ao alfabeto, para ajudar o homem a se organizar.

“Saber contar os dias foi fundamental para os seres humanos entenderem a sucessão das estações do ano, a ordem e o ciclo das plantações. Assim, as pessoas começaram a planejar o que fariam com sua vida a partir do clima que estava para chegar”, explica o professor Angelo.

Com tantas coisas para serem registradas, aquela revista em quadrinhos do homem das cavernas já não conseguia transmitir tudo o que eles queriam contar. Foi assim que inventaram novas “figurinhas” para representar suas ideias, entre os anos de 3.500 a 4.000 a.C.: os ideogramas são usados, ainda hoje, nas culturas orientais, tanto no Japão como na China, por exemplo.

A evolução desses símbolos levou os homens a se especializar em diferentes modos de comunicação, de acordo com a região onde moravam. No Egito, a pintura e a técnica de inscrição com martelo se desenvolveram melhor, resultando nos lindos hieróglifos que a gente consegue reconhecer bem em filmes e livros.

Bem… Mas como passamos da criação de figuras ao alfabeto que conhecemos hoje? Em todo o mundo, ao mesmo tempo, diversos povos criaram suas próprias maneiras de se comunicar, registrando as mensagens que precisavam circular entre eles. Isso quer dizer que nunca existiu só um alfabeto – ou um único modo de trocar informações e ideias.

Um dos primeiros registros do uso do alfabeto é uma inscrição no Monte Sinai, no Egito, feita pelos fenícios. O que eles fizeram de diferente foi organizar os significados de símbolos com o som das palavras. Isso aconteceu há, mais ou menos, 3 mil anos! Depois, surgiram outros alfabetos, como o grego antigo, o etrusco e o romano. Este último foi o que se espalhou pela maior parte do mundo ocidental.

Viu, só? Da próxima vez em que você mandar uma mensagem pelo computador, ou via celular, cheia de desenhos e emojis, lembre que essa ideia de contar histórias com figuras não tem nada de moderninho. Afinal, ela é fruto de uma mistura de experiências e mudanças surgidas ao longo da história da humanidade, dos homens das cavernas aos dias de hoje.

Mandar um =), ao invés de escrever “estou feliz”, é um jeito divertido de a gente se comunicar como nossos antepassados, que nasceram há milhares e milhares de anos!

Entre na brincadeira!

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