Camila Montalvani
Jogar bola, correr, pular, nadar, equilibrar-se em cima de uma árvore. Quem olha para uma brincadeira de criança, sempre vê alguma dessas ações (ou todas elas) no meio da confusão. E será que essas diversões param por aí, na infância?
Hum… Se você observar, por exemplo, as Olimpíadas, vai ver um monte de gente, que já não é mais tão pequeno, fazendo essas mesmas coisas: jogando bola, correndo, pulando obstáculos, nadando 200 metros e se equilibrando em barras transversais.
É, pensando bem, parece que os esportes olímpicos são a forma que os adultos encontraram para continuar se divertindo feito crianças (mas sem parecerem bobos).
E como é que a gente sabe se essa vontade de jogar bola o dia inteiro, por exemplo, pode virar coisa séria? Izabel Rohlfs, que já foi nadadora profissional e, hoje, coordena, no Minas Tênis Clube (MTC), o Núcleo de Integração das Ciências do Esporte (Nice), conta que não dá para ter certeza disso quando se é criança.
Na verdade, é preciso ter um adulto, que já transformou o esporte em trabalho, para ajudar o menino ou a menina (e, também, a sua família) a descobrir e a desenvolver o talento em uma modalidade esportiva.
Só que, algumas vezes, é necessário de um pouco de teimosia!
“Existem meninos e meninas que só amadurecem mais tarde. Muitos deles chegavam a ser dispensados do esporte. Eu, por exemplo, fui assim. Só depois dos 15 anos é que despontei na natação. A partir daí, tornei-me uma atleta de alto rendimento”, conta Izabel, que foi recordista sul-americana, disputou o Panamericano e conseguiu os índices para as Olimpíadas. “Posso dizer que cheguei ao topo, mas com muita dificuldade e perseverança, pois muitos técnicos já tinham me descartado”, confessa.
Esporte cidadão
Por conta disso, o Minas criou um jeito especial de trabalhar, que presta bastante atenção às crianças que iniciam alguma das 21 modalidades esportivas oferecidas pelo clube.
E, quando falamos em “atenção especial”, isso quer dizer que eles ficam de olho não só na parte técnica dos atletas! O comportamento deles também é muito importante. Afinal, o jeito de a pessoa agir tem a ver com as atitudes que ela terá diante dos desafios.
Além dos sócios, crianças de Belo Horizonte e de sua região metropolitana, que estão a fim participar dos testes e, de alguma forma, mostram talento, têm a chance de ingressar nas pré-equipes do MTC.
A Izabel nos lembra, ainda, de uma coisa muito importante. O incentivo aos esportes não tem a ver apenas com a formação de atletas, mas, principalmente, com a capacidade de formar cidadãos.
Em outras palavras, com a sabedoria para aproximar pessoas diferentes em torno de um objetivo comum. No esporte, não importa de onde a gente veio, que língua falamos, se temos cabelo liso ou cacheado. É na união das diferenças que está a força e a beleza disso tudo.
Além do mais, no mundo de hoje, quando as brincadeiras ao ar livre têm perdido espaço para aquelas em frente à televisão ou ao computador, praticar atividades físicas faz um bem danado. E é sempre bom lembrar dá para “levar” esse hábito, com você, por toda a vida!
As maravilhas do espírito olímpico
Em 2016, o Brasil seidou um dos mais importantes eventos esportivos do mundo: as Olimpíadas. Realizados de quatro em quatro anos, os Jogos Olímpicos reúnem atletas do mundo inteiro, numa celebração em que as melhores performances são premiadas com medalhas de bronze, prata e ouro. Para quem é fã dos esportes – e, até mesmo, para aqueles que não se interessam tanto –, a imagem do atleta recebendo a medalha, ao som do hino nacional, é de arrepiar.
No fim das contas, a gente pode dizer que os atletas se parecem com heróis: chegar até o topo, afinal, exige, além de talento, muuuuuuuuuuita força de vontade, disciplina e persistência. Pois essas características de “gente grande” precisam ser cultivadas desde criancinha, já que um atleta olímpico não nasce da noite para o dia. Na verdade, ele leva um bom tempo para se formar.
Olhando assim, parece até que esse negócio de ser esportista é uma coisa meio chata e cansativa. Bem, é verdade que, quando algo que a gente gosta muito de fazer vira obrigação (o famoso “tem que”), perde um pouco da graça… Mas, pense numa coisa que você adora. Em seguida, imagine que será obrigado a fazer isso várias vezes ao dia (e com um monte de gente para lhe ajudar). Ah, assim parece até um sonho, né? Para muitos atletas, a sensação é bem essa!
Apesar de a ideia de competição ser muito forte nas Olimpíadas, há um sentimento muito poderoso por detrás de tudo: o “espírito olímpico”. A gente celebrar as medalhas não apenas por alguém ter sido melhor que os outros, mas pelo fato de aquela pessoa dar o melhor dela mesma, e assim, ter superado os próprios limites!
Por falar em “espírito olímpico”, tem outra coisa muito bacana, chamada de “fair play”. Traduzida para o português, essas duas palavrinhas significas “jogo limpo”! Ou seja: a questão não é só vencer, mas ganhar respeitando o adversário. As Olimpíadas, antes de qualquer coisa, são poderosas ferramentas para construir solidariedade e amizade entre os povos.
Veja bem, cada país possui formas diferentes de viver e de ver o mundo, a começar pela língua de cada um. Mas, apesar dessas diferenças, o esporte cria um idioma comum: todo mundo compreende (e segue) as regras do jogo. Por tudo isso, viva o esporte!
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