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Resíduos da produção de vacina viram fertilizantes esterilizados

Pesquisador da UFLA desenvolve solução para transformar resíduos descartados nas produção de vacinas em fertilizante

Um pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Ciência do Solo da Universidade Federal de Lavras (UFLA) desenvolveu uma solução capaz de transformar resíduos gerados no processo de produção de vacina em fertilizantes esterilizados.

Ivan Célio iniciou o processo de pesquisa a partir da demanda de uma empresa com o apoio da disciplina de química e fertilização do solo, do Departamento de Ciência do Solo. Como na disciplina os alunos aprendem como é produzido o fertilizante, foi possível utilizar as técnicas da produção de um fertilizante comum na produção de um fertilizante utilizando resíduos contaminados.

Fabricação de vacina

De acordo com o pesquisador, o estudo para criação do fertilizante foi feito com base nos rejeitos gerados a partir da produção de vacina da gripe. Para a produção desta vacina, “primeiro o laboratório precisa ‘desenvolver’ este vírus, encontrar um meio de cultura para o vírus ser inoculado – inserido – e se desenvolver. Depois deste processo, retiram o vírus, desativam, e produzem a vacina. A vacina nada mais é do que o vírus desativado.”, explica o pesquisador.

Resíduos transformados em fertilizante

Na produção da vacina, o meio mais barato para inocular o vírus é o ovo fecundado. “É um ovo diferente do que encontramos no mercado. Neste ovo é feito a inoculação do vírus, vai para uma câmara, o vírus se desenvolve e, passado o período de desenvolvimento, é feita a remoção de todo o líquido que contém o vírus. Porém, é uma parte mínima que corresponde a 1% do ovo e os outros 99% são descartados”, descreve Ivan.

Por se tratar de um resíduo da indústria de vacina e que pode estar contaminado biologicamente, é necessário o descarte em aterro controlado. O custo deste aterro é maior do que o aterro comum e, por se tratar de uma indústria de vacinas, corresponde à milhões gastos anualmente.

Há, de acordo com o pesquisador, dois fatores que impedem o uso destes resíduos. O primeiro está ligado a legislação e o segundo em relação ao medo do uso destes materiais contaminados. Entretanto, “o processo que desenvolvemos passa todos estes materiais por altas temperaturas e por um período longo de tempo, o que impede o vírus de continuar contaminando aqueles resíduos. Então, o produto final que geramos é totalmente esterilizado.”, afirma o pesquisador.

Com dois a três meses de testes no laboratório, foram feitas diversas tentativas com erros e acertos e, assim, foi possível chegar proporção exata de materiais para produzir um fertilizante 100% esterilizado e de qualidade.

Economia na indústria

Para participar do programa Centelha, que estimula empreendedores, o pesquisador realizou um estudo sobre a viabilidade do projeto e qual seria o impacto com a adoção da produção de fertilizantes a partir de resíduos gerados na produção de vacina. De acordo com Ivan, “o custo de 3 reais por quilo que a empresa gastaria para descartar estes resíduos em um aterro cessaria. A partir desta nova produção, ela reverteria para 50 centavos o custo para produzir o adubo e poderia rentabilizar vendendo este fertilizante para outras empresas”.

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