A partir da identificação dos problemas enfrentados pelos hospitais da mesorregião do Sul e Sudoeste de Minas, os professores e alunos do Instituto Nacional de Telecomunicações (INATEL) iniciaram o desenvolvimento de um protótipo para auxiliar os hospitais na desinfecção das áreas contaminadas por vírus e bactérias.
Filipe Bueno, coordenador do projeto, relata que no primeiro momento, foi identificada a necessidade de desenvolver um produto que fosse de baixo custo e pudesse substituir substâncias como álcool em gel e água sanitária, já que os hospitais enfrentavam dificuldade para comprar esses suprimentos.
A partir daí, os pesquisadores discutiram as possibilidades de dispositivos a serem desenvolvidos e que seriam úteis aos hospitais. Um dos modelos pensado era em formato estático, que seria utilizado para desinfecção dos equipamentos de proteção individuais (EPI’s), entretanto com o andamento do projeto e dados captados, o modelo versátil, utilizado em diversos formatos, seria mais eficiente. Sendo assim, o rodo foi o modelo que estaria próximo a necessidade dos hospitais.
O design do produto contribui para a desinfecção tanto do piso, quanto dos leitos. O produto foi criado levando em consideração o manuseio feito pelo operador e sua segurança. O foco do raio pode ser direcionado para a posição desejada e o bastão de manuseio pode ter o seu tamanho alterado, dando dimensão maior ou menor ao rodo.
Projeto respaldado
Na pesquisa foram levados em consideração quatro pontos importantes: a intensidade da lâmpada que conseguiria emitir a radiação, o tamanho da lâmpada e área que seria atendida durante a desinfecção, a distância da radiação da área a ser tratada para eliminação dos micro-organismos e o tempo necessário pra tratar o espaço.
Durante os testes, foi constatado que o tempo necessário da incidência da luz na área a ser desinfectada era de 3,62 segundos, porém, durante o uso do equipamento, “estão recomendando 10 segundos para garantir a esterilização do local atingido pelo raio”, afirma Bueno.
O projeto encontrou respaldo nas metodologias utilizadas em outros projetos científicos e em artigos publicados na USP, UNIFEI e no exterior por outras instituições de ensino, comprovando a efetividade do uso dos raios ultravioletas na esterilização de micro-organismos.
Próximo passo do rodo de raio ultravioleta
Após a primeira etapa do projeto, os pesquisadores estão empenhados no desenvolvimento de um robô que substituirá o uso do rodo. No primeiro modelo desenvolvido, há a possibilidade do operador ficar com o equipamento menos tempo que o necessário em uma determinada área. Mesmo o equipamento indicando o tempo correto de desinfecção, pode ocorrer falha. Então, o robô, além de trazer a segurança do tempo correto, também iria desinfectar as áreas sem a necessidade um operador humano no local.
Compartilhamento do protótipo
De acordo com Filipe, diversas instituições estão em contato com os pesquisadores para utilizarem o equipamento (rodo) em seus hospitais. O coordenador reitera que este projeto está sendo utilizado para ajudar no combate ao coronavírus, portanto, estão cedendo um manual com instruções de montagem do rodo. O custo é relativamente baixo, podendo chegar a apenas R$100,00 (cem reais). Outro formato adotado pelos pesquisadores é a montagem do equipamento para estas instituições, em contrapartida, as empresas precisam viabilizar os materiais necessários para a montagem.