O Outubro Rosa está chegando ao fim. Em mais um ano, a campanha de conscientização para o câncer de mama mostrou a importância do diagnóstico precoce no tratamento da doença. Neste sentido, destaca-se a necessidade da realização do autoexame e da mamografia de forma periódica.
Apesar de sua importância, o acesso à mamografia ainda é desigual no país, e a qualidade do exame pode melhorar. Essas hipóteses foram confirmadas por uma série de pesquisas realizadas no curso de Engenharia Biomédica da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).
Para chegar a esses resultados, a equipe de estudantes orientada por Ana Cláudia Patrocínio mapeou a distribuição dos equipamentos no Estado tanto no Sistema Único de Saúde quanto no Sistema de Saúde Suplementar (SSS).
Regiões prejudicadas
Os dados do estudo mostraram que a quantidade total de mamógrafos em Minas Gerais é maior do que o número determinado pela legislação brasileira. Entretanto, esses equipamentos estão mal distribuídos pelas macrorregiões e microrregiões de saúde do Estado.
A região do Jequitinhonha, por exemplo, é o local do Estado com o maior número de municípios sem acesso ao equipamento. Nesta região, mais de 52% dos municípios não contam com a presença de um mamógrafo localizado a menos de 60 km. O que, muitas vezes, impossibilita a realização do exame por mulheres habitantes dessa região.
O problema se estende em todo o Brasil. Os dados também mostraram que o número de mamógrafos, no território, está dentro do estipulado. Contudo, na Região Norte do país, há um número pequeno de equipamentos que ficam concentrados nas capitais dos Estados. A região Sudeste é a que possui o maior número de aparelhos para realização do exame.
Melhorias em foco
A qualidade da imagem da mamografia também foi investigada pelos pesquisadores. Sabe-se que em um exame por imagem da mama há dificuldades na geração de contrastes. Mesmo com os melhores aparelhos esse problema é recorrente.
Por isso, o doutorando Pedro Cunha Carneiro, do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica da UFU, está desenvolvendo uma nova metodologia para realce de contraste em mamografias digitais. A ideia do pesquisador é propor um método computacional que consiga aumentar o contraste em mamografias. Isso poderá auxiliar os médicos na visualização das estruturas e, consequentemente, permitir um diagnóstico precoce.
Já o doutorando Pedro Moisés de Sousa, também da Pós-Graduação em Engenharia Elétrica, estuda a taxa de radiação do exame. Hoje, sabe-se que as altas taxas de radiação acarretam em imagens de melhor qualidade, entretanto, a exposição aos raios pode aumentar o risco de câncer. O objetivo o estudo é, portanto, reduzir a radiação dos exames sem prejuízo da qualidade da imagem.
(Com informações de Comunica UFU)