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Esclerose Múltipla: avanços e problemas

Durante o Agosto Laranja são promovidos eventos de conscientização sobre a Esclerose Múltipla (Freepik)

A esclerose múltipla (EM) é uma doença neurológica que ocorre quando o sistema imunológico ataca o isolamento em torno das células nervosas no cérebro, na medula espinhal e nos nervos óticos. Isso faz com que sejam causadas inflamações e danos consequentes. Essa doença se manifesta por meio de sintomas como fraqueza muscular, dificuldades na visão e, em alguns casos, deficiência.

Doença desconhecida

No Brasil há quase 40 mil brasileiros com a doença. Deste número, a maioria dos afetados são mulheres que apresentaram os primeiros sintomas entre os 20 e 40 anos de idade. A EM é, portanto, a principal causa de incapacidade não traumática em jovens adultos.

Ainda assim, são poucas as pessoas que conhecem o que é a doença exatamente. Prova disso é a pesquisa realizada no ano passado, pelo Instituto Datafolha, que mostrou que 53% da população de Belo Horizonte nunca ouviu falar na doença. Entre os que sabiam da existência da EM, muitos não sabiam quais eram os sintomas associados à condição.

Os dados da pesquisa demonstram uma falta de cuidado das população em relação à condições neurológicas, sobretudo em grandes centros urbanos. Segundo o Datafolha, 71% dos mineiros nunca foram ao neurologista, por exemplo. Essa desatenção à saúde é  um elemento que dificulta o diagnóstico.

Formas da esclerose múltipla

A esclerose múltipla foi descrita pela primeira vez em meados do século XIX, por um professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Paris. Na América Latina, o primeiro registro da doença foi realizado no Brasil, em 1923. À época, Antônio Austregésilo se tornou um dos maiores pesquisadores sobre a doença. Em 1926, publicou o primeiro estudo neuropatológico da América Latina.

Atualmente, estudos sobre a doença mostraram que a forma mais recorrente da EM é a remitente. Ela é caracterizada por episódios de sintomas novos ou agravados seguidos pro períodos de recuperação. Uma vez nesta fase, a maioria dos pacientes vai transitar para a EM secundária progressiva. É nessa fase que os pacientes experimento o agravamento contínuo da doença.

Outra forma da EM é a primária progressiva: a mais debilitante. Nesta fase, os sintomas se agravam de forma constante, sem períodos de remissão. No Brasil, apenas 15% dos pacientes têm essa forma da doença. Por ser uma patologia inflamatória no sistema nervoso, a EM é formada por sintomas clínicos muitas vezes não aparentes ou que parecem não progredirem.

Pesquisas desafiadoras

Hoje, pesquisas sobre a doença buscam a redução da atividade da EM, por meio da descoberta e aprimoramento dos tratamentos. No Brasil, o Centro de Investigação de Esclerose Múltipla em Minas Gerais (CIEM) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) é referência no assunto. Criado no ano 2000, o Centro realiza pesquisas científicas que objetivam o avanço do conhecimento sobre o EM. O local também oferece assistência e tratamento dos portadores da doença, além de treinamentos para profissionais de saúde.

Dessa forma, o CIEM é formado por uma equipe médica multidisciplinar composta por neurologistas, oftalmologistas, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, acadêmicos de medicina, entre outros.  Para a realização de atividades de investigação científica sobre a EM, o Centro é dividido em linhas de pesquisa que vão desde a busca por melhorias da qualidade de vida dos pacientes até os estudos sobre novos tratamentos.

O tratamento deve ser constante

O tratamento da EM visa a redução da atividade da doença e, consequentemente, sua progressão. Normalmente, são utilizados medicamentos para o controle dos sintomas. Entretanto, até hoje, a regressão completa da doença não é possível, o que torna a doença sem cura.

Ainda sim, o tratamento adequado permite que os pacientes com EM tenham uma vida com qualidade. O diagnóstico precoce é essencial para que o tratamento seja mais efetivo. O acompanhamento médico, os exercícios físicos e o tratamento medicamentoso são capazes de diminuir boa parte dos sintomas, deixando o paciente ativo e capaz de exercer as funções comuns do dia a dia.

Conscientização em pauta

Desde 2006 é celebrado no Brasil o Agosto Laranja. No dia 30 deste mês, acontece, também, o Dia Nacional de Conscientização da Esclerose Múltipla. A data  busca aumentar a visibilidade para os desafios enfrentados por quem tem a doença. Em várias localidades são realizados eventos para informar a população sobre a EM. Para saber mais acesse: https://agostolaranja.org.br/

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