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Divulgação Científica para crianças

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Imagem ilustrativa. Foto: Pixabay

No Brasil, existe uma farmácia (ou drogaria) para cada 3.300 habitantes e o país está entre os dez que mais consomem medicamentos no mundo, segundo dados do Conselho Federal de Farmácia. Este acesso aos remédios resulta no aumento no consumo, automedicação e uso indevido sem orientação. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), metade das pessoas que usa medicamentos faz de forma incorreta.

Pensando nisso, estudantes e pesquisadores do Grupo de Estudos Farmacêuticos (GEPhar), da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), criaram uma cartilha para ajudar a população a usar mais racionalmente os medicamentos. O guia traz uma série de dicas sobre atitudes que contribuem para o consumo mais seguro dos fármacos.

A cartilha é feita para você que tem dúvidas como: Posso ingerir o medicamento junto com o alimento? Quando e como devo tomar? Como vou armazenar meu medicamento? Como descartar?

De acordo com a professora Elza Conceição de Oliveira, coordenadora do GEPhar, muitas pessoas percebem os medicamentos como objetos mágicos não fazem mal. Portanto, usam de forma errada prejudicando a saúde, causando reações, intoxicações, sobredoses, alergias, além da ineficiência terapêutica por tomarem doses abaixo da necessária.

“Praticam também o que chamo de vizinhoterapia, quando uma pessoa indica para outra um medicamento que já usou e foi bom. Não sabem descartar corretamente, jogando o remédio no lixo comum, vaso sanitário ou contaminando o ambiente. Houve um a ação social, recentemente, aqui em Ouro Preto e uma senhora disse que joga os medicamentos vencidos nas plantas como adubo”, alerta a professora.

A cartilha é produzida e distribuída digitalmente. O material pode ser baixado neste link de forma gratuita. Os estudantes que elaboraram a cartilha foram Marialice de Oliveira, Rafael Vieira Duarte e Samantha Tonidandel, sob orientação da professora Elza e com a colaboração das farmacêuticas assessoras Alessandra Esther de Mendonça e Cristiane de Paula Resende.

Estudos e discussões

O curso de farmácia da UFOP tem três vertentes: Indústria, Análises Clínicas e Assistência Farmacêutica.  É nesta última linha que os estudos e discussões do GEPhar se encaixam. O grupo se dedica a projetos e ações sobre educação em saúde, estudos sobre medicamentos, publicações sobre saúde da mulher e práticas integrativas. Também são debatidos temas transversais como enfrentamento da violência contra a mulher e criança, sexualidade com responsabilidade, entre outros.

O GEPhar é  composto por estudantes de graduação, de pós-graduação da Escola de Farmácia da UFOP e farmacêuticos graduados. Os trabalhos resultam em produtos variados como banners, cartilhas, folhetos impressos ou digitais, trilhas de áudio (podcasts), cursos, oficinas, vídeos, publicações científicas e exibições de filmes seguidos de debates.

De acordo com a professora Elza Conceição de Oliveira, o plano para o futuro é continuar produzindo material de educação para a população, com linguagem acessível.

“Vêm aí cartilhas de enfrentamento da violência contra a mulher e crianças. Além disso, boletins informativos sobre a saúde da mulher, um livro-curso para gestantes e um livro sobre ‘as plantas, a farmácia e o sagrado’. Também estamos produzindo uma série de boletins para discutir os efeitos do canabidiol (CBD), um dos principais componentes da Cannabis sativa, para manejo das crises de epilepsia”.

Luana Cruz

Mãe de gêmeos, doutoranda e mestre em Estudos de Linguagens pelo Cefet-MG. Jornalista graduada pela PUC Minas. É professora em cursos de graduação e pós-graduação.

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