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Tendo como tema central a literatura de diáspora, o Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) sedia a segunda edição do evento Diálogos em Rede no próximo 11 de maio.

O evento é uma realização do Grupo de Estudos Migratórios: Acolhimento, Linguagens e Políticas (Gemalp), liderado pelo professor e doutorando Eric Costa.

A literatura de diáspora ou diaspórica trata da relação entre o ato de narrar e a experiência humana de mobilidade. A diáspora é um conceito espacial mas, na literatura, essa relação de deslocamento pode se dar em espaços concretos ou abstratos.

Para compreender melhor o conceito e seus usos, o II Diálogos em Rede propõe dialogar com pesquisadores que produziram trabalhos acadêmicos sobre Literatura de Diáspora e com alunos migrantes do Curso de Português como Língua de Acolhimento (PLAc), além de estudantes de graduação e pós-graduação e da comunidade em geral.

Cartaz de divulgação do II Diálogos em Rede
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Lançamento de livro sobre a literatura de Chimamanda Adichie faz parte da programação.

A programação do evento prevê o lançamento do livro “A literatura movente de Chimamanda Adichie“, de autoria do professor Cláudio Braga,
da Universidade de Brasília (UnB).

A obra aborda temas que fazem da autora africana um fenômeno mundial, atingindo milhões de leitoras e leitores com histórias de mulheres negras em deslocamento constante, tendo que lidar com desafios de auto aceitação, racismo, diferenças culturais e mercando de trabalho.

Além do lançamento do livro, o II Diálogos em Rede também terá palestras, apresentação de mini-documentários, feira cultural e discussões sobre Literatura Africana com alunos do Programa de Pós-graduação em Estudos de Linguagens do CEFET.

Ouça o podcast Ondas da Ciência sobre imigrantes no Brasil.

Em conversa com a equipe Minas Faz Ciência, o professor Eric Costa, que está à frente da coordenação do evento, comentou o cenário atual dos imigrantes no Brasil.

Segundo ele, a lei de migração brasileira em vigor (Lei 13.445/2017), é mais efetiva que o Estatuto do Estrangeiro de 1980.

“Isso foi um avanço. Mas imigrantes precisam de muito apoio para tudo: conseguir um lugar para morar, trabalho, aulas de português, validação dos títulos nos países de origem, participação efetiva nas políticas públicas, principalmente as que envolvem educação e saúde”, conta o professor.

Na opinião de Eric Costa, o Estado tem negligenciado políticas de integração e políticas públicas específicas para essa população.

“Essa realidade nacional é a mesma que se vê em Belo Horizonte. Na capital de Minas Gerais, o número de refugiados é pequeno. Até 2016, eram 183, em 2017, foram 237 solicitações de reconhecimento da condição de refugiado”, conta.

Projetos de acolhimento

Uma das ações que têm sido realizada em Minas Gerais é o ProgramaAcolhe Minas.

Trata-se da equipe de organização e acolhimento a 37 venezuelanos que chegaram em fevereiro de 2019, parte de um programa de interiorização.

O acolhimento foi feito a partir de uma articulação entre o Governo Federal, universidades e ONGs em Belo Horizonte.

“O CEFET-MG participa ativamente do Programa Acolhe Minas e atualmente o GEMALP é responsável pelas aulas de português para 15 venezuelanos no centro da cidade”, conclui o professor.

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Aula especial dos alunos do PLAc: “Visita aos museus sobre Minas Gerais.” Dia: 3/11/2018.

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Verônica Soares

Jornalista de ciências, professora de comunicação, pesquisadora da divulgação científica.

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