O esporte desperta e emerge diversas emoções e posturas: dedicação, concentração, confiança, prazer, superação, fraternidade e paixão. Os sentimentos que antes já estavam acomodados no Centro de Treinamento Esportivo da Universidade Federal de Minas Gerais (CTE UFMG), agora, se estendem a mais públicos a partir do Centro de Referência Paralímpico, em funcionamento no local desde o início de 2019.
Estes polos paralímpicos de treinamento servem a paratletas que não encontram nos locais que residem ou treinam acompanhamento técnico, atendimento multiprofissional especializado e ou estruturas adaptadas para o aperfeiçoamento do desporto que praticam. Até então, o único nacional existente era o de São Paulo.
A pesquisadora Andressa da Silva de Mello, coordenadora e uma das articuladoras da novidade, se envolveu com o esporte e paratletas entre 2005 e 2007, quando ainda fazia especialização ortopédica traumatológica em São Paulo. Os jogos Parapan-Americanos de 2007, ocorridos no Rio de Janeiro, serviram para solidificar a relação dela com os desportos paralímpicos.
Atualmente, Mello é pós doutora em Ciências do Esporte pela UFMG, coordenadora, também, do Centro de Estudos em Psicobiologia e Exercícios Físicos (Cepe) e membra da Academia Paralímpica Brasileira do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), o qual oficializou a utilização do CTE como um Centro de Referência Paralímpico.
Ao todo, o Comitê pretende criar 20 Centros em todo Brasil até o ano de 2024. Como o CTE, por excelência, já somava algumas qualidades próprias de um polo de treinamento de paratletas, recebeu, agora, por meio do Ministério do Esporte, o recurso de R$ 1,76 milhão a serem investidos na estrutura e recursos humanos.
Mello diz que o intuito do Centro é preparar e formar paratletas que receberão atendimento profissional especializado que precisam, além de fornecer dados importantes às pesquisas na área. Para isso, as equipes serão multidisciplinares e passarão por cursos de capacitação, que ocorrerão, ainda, em fevereiro.
A perspectiva é que, nos dois primeiros anos e com o investimento, sejam atendidos até 50 paratletas e sejam capacitados mais de 100 profissionais de atendimento técnico (vagas já preenchidas). Alguns atletas paralímpicos, 12 ao todo, já utilizam o local por meio de parcerias com as associações que os mantêm. São ofertadas vagas no atletismo, halterofilismo e natação, tipos desportivos que mais trazem medalhas para o Brasil.
É o caso de Marcela Guimarães, paratleta de atletismo nas modalidades corrida de 100 metros e lançamento de dardo. Ela é moradora de Betim, frequenta o Centro de Referência Paralímpico desde janeiro e pretende disputar os Jogos Parapan-Americanos de 2019 em Lima, Peru.
Marcela conta que “em Betim a única carência era estrutural, pois não tinham muitos equipamentos e pistas”. Ela tem apoio técnico do Programa Superar, da Prefeitura, e faz o aperfeiçoamento de alto rendimento.
De acordo com a assessoria de imprensa da UFMG e Mello, outra paratleta que frequenta o Centro é “Izabella Campos, deficiente visual, medalhista de bronze no lançamento de disco nas Olimpíadas do Rio, em 2016”.
Segundo Mello, mais paratletas serão selecionados em breve e, concomitante, começará um projeto de extensão que buscará talentos no Centro de Esportivo Universitário (Ceu). As 100 vagas ofertadas para os cursos teóricos e práticos de capacitação profissional se esgotaram em duas horas após publicação, o que demonstra a necessidade de expansão de pessoas nestas modalidades de desporto.
O próximo passo do Centro é o apoio a atletas com algum tipo de deficiência na participação em competições dentro e fora do país, como, em setembro deste ano, nos Jogos Parapan-Americanos de Lima e, em 2020, nas Paralimpíadas de Tóquio.
Serviço
Centro de Treinamento Esportivo/ Centro de Referência Paralímpico: Rua Alfredo Camarate, 617, Bairro São Luiz, Belo Horizonte.
Telefone: (31) 3409-3337
E-mail: [email protected]
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