Artrite reumatoide, lúpus, fibromialgia, artrite psoriática são alguns exemplos de doenças reumatológicas. Inovações tecnológicas e científicas se tornam cada vez mais aliadas de médicos no diagnóstico e tratamento dessas patologias. Existem aplicativos de celular e outros recursos digitais usados para guia de classificação dos pacientes e identificação de problemas reumatológicos. Além disso, novos medicamentos e equipamentos para exames dão agilidade à prática no consultório.
“A reumatologia passa por um momento feliz porque há cerca de 20 anos se tornou uma especialidade muito atrativa para os médicos. Isso porque o surgimento de novas drogas e tecnologias proporcionaram o alívio, controle, quase a cura de doenças levando qualidade de vida ao paciente”, explica o presidente da Sociedade Mineira de Reumatologia, Ênio Ribeiro Reis.
Essa área da medicina trabalha com cuidados à parte musculoesquelética. É uma especialidade “irmã” da ortopedia, mas esta última fica focada nos casos cirúrgicos. A reumatologia é voltada para a parte clínica em atenção a tendões, músculos e articulações.
De acordo com Ênio Ribeiro, existem aproximadamente 120 doenças reumatológicas divididas entre degenerativas, inflamatórias, autoimunes, osseometabólicas, genéticas e aquelas chamadas “miscelânea” – como o caso da fibromialgia. Reumatologistas também tratam problemas de coluna e posturais.
App no consultório
A novidade é que os médicos agora carregam na palma das mãos soluções que auxiliam em exames clínicos e protocolos diagnósticos. “O futuro da medicina chegou. Quem não se adaptar estará a mercê da mesmice e atrás na linha do tempo. Com o uso de aplicativos, por exemplo, fazemos mensuração de doenças e conseguimos acompanhar a evolução de pacientes”, explica Ênio Ribeiro.
O médico cita três recursos usados nos consultórios. O primeiro, Rheumahelper, é um aplicativo para medir a atividade de doenças e critérios diagnósticos. O app fornece uma “caixa de ferramentas” com metodologias de classificação e calculadoras de evolução de patologias para servir referência no trabalho cotidiano.
É um exemplo de tecnologia que ajuda na clinimetria, ou seja, que calcula por meio de parâmetros e fórmulas matemáticas se um doente está melhorando ou piorando. O médico digita dados/valores do paciente e recebe respostas do app.
O segundo, Whitebook, é um instrumento para interações medicamentosas, dosagens de remédios e efeitos colaterais. Serve como um app guia de prescrições e bulas, pois tem banco de dados de mais de 2,5 mil doenças. Também oferece referências científicas para o médico. “Auxilia o reumatologista, principalmente o recém-formado, no raciocínio rápido sobre diagnóstico e tratamento”, afirma Ênio Ribeiro.
Por fim, o especialista aponta o Flir, um pequeno aparelho que se adapta ao celular, transformando-o em câmera sensível ao calor como foto digital associada. O Flir é usado para termografia, técnica que permite mapear o corpo ou uma região com o objetivo de distinguir áreas de diferentes temperaturas. “O médico pode fazer a foto de uma articulação e a câmera vai mostrar se estiver inflamada”, explica. Para uso da câmera termográfica Flir é preciso também ter o aplicativo instalado.
Construção do conhecimento
Nos dias 23 e 24 de novembro, acontece a X Jornada Mineira de Reumatologia que abordará “A tecnologia no auxílio à pesquisa científica”. Haverá palestra sobre o uso de aplicativos, além de debates sobre interação médico x mídias sociais, novas drogas imunobiológicas, entre outros assuntos. O evento será na sede do Sindicato da Indústria da Construção Pesada de Minas Gerais, no Bairro Nova Granada, Região de Oeste de Belo Horizonte.