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Arte & Ciência: Velázquez segundo Ortega y Gasset

Auto-retrato de Velázquez (1599-1660) / Coleção da Real Academia de Belas Artes de San Carlos, Museu de Belas Artes de Valência

Diversos livros especializados buscaram desvendar aspectos específicos e gerais do vasto talento e da prodigiosa habilidade de Diego Rodríguez de Silva Velázquez (1599-1660).

Em tais estudos, as pinturas do grande artista, natural de Sevilha, são minuciosamente dissecadas segundo critérios técnicos, estéticos e/ou academicistas.

De modo contrário a tais “correntes” ensaísticas, um dos mais importantes pensadores do século XX embrenha-se no desafio de analisar o grande pintor segundo preocupações completamente distintas – posto que teóricas, sociais e filosóficas.

No belo livro Velázquez, José Ortega y Gasset (1883-1955) dedica-se à obra do pintor sevilhano a partir de intrigante (auto)inquirição:

“O que um homem um tanto meditativo pode dizer sobre um assunto de que profissionalmente não entende?”.

Eis o (humilde) mote para que o autor espanhol – famoso por suas intervenções em searas teóricas as mais diversas (da filosofia à teoria social; da crítica cultural à estética) – resolvesse aceitar, em 1943, o inusitado convite da editora Iris, de Berna.

O resultado não poderia ser melhor!

Em sua saborosa (e, claro, surpreendente) jornada pelo universo da crítica de arte, Ortega y Gasset discute a “revivescência” dos quadros de Velázquez, assim como reconstitui a influência de Caravaggio sobre o artista.

Atem-se, ainda, a questões como o formalismo, os temas, a fama e o “puritanismo” do pintor, além de comentar problemáticas relacionadas aos processos de visualidade nas artes plásticas.

[infobox title=’Leia um trecho:’]“Ao falar de Velázquez disse-se sempre que ele pintava o ar, o ambiente etc. Não acredito muito em nada disso nem nunca encontrei algo que esclareça o que se quer enunciar com tais expressões. O efeito aéreo de suas figuras deve-se simplesmente a essa feliz indecisão entre perfil e superfície em que as deixa. Seus contemporâneos achavam que não estavam ‘acabadas’ de pintar, e por isso Velázquez não foi popular em sua época. Ele tinha feito a descoberta mais impopular: que a realidade se diferencia do mito por nunca estar acabada.”[/infobox]

Ficha técnica:

Livro: Velázquez

Autor: José Ortega y Gasset

Editora: WMF Martins Fontes

Tradução e organização: Célia Euvaldo

Páginas: 197

Ano: 2016

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