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Ecocardiograma transmitido por telemedicina (Projeto Imagem da Semana/ Faculdade de Medicina da UFMG)

Com o objetivo de possibilitar um diagnóstico rápido para cardiopatias, pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) se uniram para criação do Programa de Rastreamento de Valvopatia Reumática (Provar). O projeto é fruto de um estudo de mestrado que avaliou uma metodologia para reduzir a espera por ecocardiogramas.

Neste estudo do Programa de Pós-graduação em Infectologia e Medicina Tropical defendido por Wandeir Wagner de Oliveira, sob a orientação dos professores Antônio Luiz Pinho Ribeiro e Vinícius Tostes Carvalho, foi testada a possibilidade da coleta de imagens ecocardiográficas simplificadas por profissionais técnicos, e não médicos. O sucesso obtido por tal estudo levou a criação do Provar.

“Trabalhamos com exames realizados por agentes técnicos de enfermagem. Eles utilizam aparelhos portáteis para captação de imagens que podem levar ao diagnóstico de cardiopatias. Essas imagens são transmitidas via telemedicina e analisadas no Hospital das Clínicas e nos Estados Unidos. Assim, é possível indicar ao paciente se é necessário um exame mais completo”, explica Maria do Carmo Pereira Nunes, professora do Departamento de Clínica Médica e participante do projeto.

Segundo Maria do Carmo, o Provar objetiva a realização de diagnóstico precoce de doenças cardiovasculares. “Como as filas de espera para ecocardiogramas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) são grandes, é importante que o paciente realize o exame rapidamente. A nossa ideia é levar o exame até eles, sem que eles tenham que se deslocar ou esperar muito tempo”, complementa a pesquisadora.

Pesquisadora realiza exame por meio de um aparelho portátil. (Acervo do Provar)
Pesquisadora realiza exame por meio de um aparelho portátil. (Acervo do Provar)

Até o momento, foram realizados cerca de 12 mil ecocardiogramas em crianças em adolescentes de escolas públicas do Norte de Minas Gerais. “Nesta etapa, nosso objetivo foi identificar lesões nas válvulas cardíacas, fruto de infecções. Agora, o Provar entra em uma nova fase, nomeada pelos pesquisadores de Provar +, com a inclusão de adultos e gestantes. Temos a intenção de ampliar o projeto cada vez mais. Agora estamos trabalhando com adultos e gestantes em Minas. Mas temos planos de levar o Provar para comunidades indígenas do Mato Grosso e outras localidades”, afirma.

Sucesso reconhecido nacionalmente

O projeto é o único do gênero no país. Por isso, ele foi recentemente  premiado como Melhor Tema Livre Oral durante o Congresso Brasileiro de Cardiologia, realizado em Brasília.

Durante o evento, vários projetos foram apresentados e julgados pela Sociedade Brasileira de Cardiologia. Como o Provar conta com a participação de vários estudantes de graduação e pós-graduação, foram esses acadêmicos os responsáveis por apresentar o projeto durante o Congresso.

“Receber esse prêmio foi importante para nós, pois mostra a relevância do projeto. O Provar é também fruto de um processo educativo. Trabalhamos com a comunidade acadêmica e com os pacientes para garantir bons resultados”, avalia Maria do Carmo.

O Provar é resultado da colaboração da UFMG com o Children’s National Health System de Washington, nos Estados Unidos. O projeto é financiado pela Edwards Lifesciences Foundation e pelo CNPq.

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